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As eleições do passado Domingo, 30 de janeiro, vão ficar na história da democracia, como aquelas em que a maioria absoluta alcançada, nasceu do preconcebido desejo do PS, de se libertar da influência da esquerda nas políticas sociais do governo que presidia.
Ter de negociar cada ano com o PCP os Orçamentos do Estado, obrigando-se ao compromisso do aumento dos salários, nomeadamente do salário mínimo e das pensões de reforma, a legislar sobre a não caducidade da contratação coletiva, a reduzir o valor das propinas e garantir manuais escolares e creches gratuitas, a assegurar o investimento necessário no Serviço Nacional de Saúde, para ter médicos, enfermeiros e técnicos bem remunerados e em exclusividade, para além de outras relevantes matérias, era uma “obrigação de esquerda” que o PS, amarrado historicamente aos compromissos com os grandes interesses económicos, aceitava contrariado.
Assim, determinado em acabar com a designada “geringonça”, o PS pôs em marcha o seu plano, que consistiu em duas premissas claras: rejeitar toda e qualquer proposta do PCP para novos avanços sociais, provocar com essa recusa a rejeição do Orçamento para 2022 e, conluiado com o Presidente da República, levar o País para eleições que lhe dessem maioria absoluta.
As cenas dos capítulos que se seguiram já nós conhecemos. Usando a mentira, o PS acusou publicamente o PCP, pelo chumbo do Orçamento do Estado para 2022, responsabilizando-o pelo eventual regresso da direita ao poder. Com estes ingredientes, foi cozinhado o caldo da manipulação dos sentimentos democráticos do eleitorado de esquerda, para que votasse útil no PS, único caminho, para esconjurar o perigo da hipotética vitória de Rio e do PSD.
Neste enredo de “ópera bufa”, desempenharam papel estratégico, as sondagens pré-eleitorais, encomendadas e pagas pelos senhores do dinheiro, donos das televisões e dos jornais, que falseando deliberadamente a realidade da intenção de voto dos eleitores “credibilizaram” o “engodo” do “empate técnico, fundamental para a dramatização necessária ao voto útil no PS.
Os falsificadores de “sondagens”, sabiam que os trabalhadores tinham ainda bem vivas na memória as mal feitorias da política do governo de Passos e Portas, com os cortes nos salários e nas pensões, nas férias e subsídio de natal e outras malfeitorias da política da troika e não a queriam de volta.
Associando isso ao “muro de silêncio”, mentiras e deturpação erguido contra o PCP nesta campanha, esquecidos que foi o PCP, com a sua proposta de apoio ao governo minoritário de Costa, que em 2015, pôs termo a essa política e que nestes 6 anos foi o único que puxou pelos avanços sociais de que todos beneficiamos.
Costa não é Sócrates, é verdade. Mas o PS de Sócrates é o mesmo de Costa, disponível para satisfazer as ambições e desejos do grande capital, que vê nos milhares de milhões da “Bazuca”, uma oportunidade imperdível para, em nome da “dinamização e modernização económica”, encher os bolsos e adiar o desenvolvimento do País e do nosso Distrito.
Com os resultados eleitorais de Domingo, Portugal não ficou melhor. De mãos livres, como referiu o Presidente da confederação dos grandes empresários, o PS vai ser igual a si próprio, fazendo uma política de favorecimento do grande capital. Mesmo que estrategicamente venha a exibir uma cínica linguagem de aparente intransigência e combate ao partido da extrema-direita.
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José Carreira