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Jorge Marques
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Pedro Escada
Há vinte anos tive o privilégio de efetuar uma pós-graduação, brilhantemente coordenada, pelo saudoso Prof. Ernâni Lopes.
Para além de Professor Universitário, desempenhou funções públicas de grande relevância, tendo sido responsável pelas negociações de adesão de Portugal à CEE (denominação da época) e também Ministro das Finanças e do Plano do governo do bloco central, entre 1983 e 1985. Faleceu em 2010.
Considerado um dos mais brilhantes economistas da época, com uma visão estratégica excecional, fazia das suas lições de sábado, durante todo o dia, um regalo para quem teve oportunidade de assistir. Seguramente, foi das pessoas que mais me influenciou, pessoal e profissionalmente, já enquanto adulto. Não era um otimista sobre o que se poderia esperar da evolução do mundo e do país. Entendia que existiam graves problemas de liderança. Afirmava que os líderes que dominavam o mundo, nas diversas áreas de poder, era tudo gente “rasca” e vaticinava “isto não vai acabar bem”.
Estes temas voltaram à minha memória, porque nas últimas semanas tive oportunidade de participar em dois eventos, dirigidos sobretudo a estudantes do ensino superior, da área de gestão, cujo tema principal debatido foi a liderança.
O primeiro motivo de satisfação é saber que estas matérias são hoje estudadas e também discutidas com quem as exerce. Por outro lado, ficou bem patente a visão adequada, que os jovens estudantes têm, sobre o que é liderar bem! Infelizmente, observo, que ainda hoje se entende e recrutam líderes, como alguém que tem jeito, em vez de se relevarem e procurarem competências de liderança. Os maus exemplos abundam por aí.
Se pensarmos nos casos muito flagrantes do nosso futebol, fica bem demonstrado, que “não há más equipes, há maus líderes”.
Em qualquer consulta rápida que façamos, encontraremos a identificação de 10/15 boas caraterísticas que um bom líder deverá possuir. No entanto, do que resulta da minha experiência, afirmarei que antes de tudo, o bom líder deverá ter sempre, mas sempre, presente, que alguém que é liderado, antes de tudo o mais é uma pessoa. Naturalmente, depois há que incorporar este pensamento permanente nas atitudes, respeitando muito, escutando, valorizando, premiando, corrigindo, orientando, etc.
Se houver dúvidas, verifiquem como reage qualquer pessoa, no dia a dia, quando solicitamos algo, com respeito, educação e simpatia. Por regra, essas pessoas, são as que estarão mais predispostas a seguir o caminho que lhes indicarmos, que é afinal e em síntese, o que um bom líder deve ser capaz de fazer!
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Margarida Benedita