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Não podemos viver para sempre, mas podemos viver mais

 Não podemos viver para sempre, mas podemos viver mais
07.01.23
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 Não podemos viver para sempre, mas podemos viver mais

A juventude eterna sempre foi um sonho para os seres humanos. O desejo de evitar a morte é universal, seja por medo ou simplesmente por amor à vida. A imortalidade há muito que nos fascina e por causa disso, tornou-se comum na maioria das mitologias. Enquanto o mito da eterna juventude continua por agora isso mesmo, um mito, a ciência oferece-nos e explica-nos formas de prolongar a vida. Graças aos avanços tecnológicos e da medicina, as doenças são cada vez mais tratáveis, permitindo-nos viver com melhor saúde durante períodos de tempo mais longos. Com a crescente inovação e investigação, muito se aprendeu sobre saúde humana, bem-estar e longevidade ao longo dos anos, fazendo com que a esperança de vida humana subisse em Portugal de 67 anos em 1970 para 81 anos em 2020.

A nossa dieta, hábitos de exercício, redução do consumo de tabaco, saúde mental e outros fatores relacionados com o estilo de vida desempenham um papel na nossa saúde global. Ao cuidarmos de nós próprios e ao vivermos um estilo de vida mais saudável, podemos viver com qualidade durante mais tempo, e o envelhecimento pode tornar-se um processo mais ameno e gradual que não nos priva do bem-estar. No caso dos hábitos de exercício físico, estes demonstraram ser particularmente eficazes no aumento da longevidade da vida. De acordo com um estudo recém-publicado por investigadores de Harvard, a realização de atividade física na quantidade recomendada pode reduzir o risco de morte prematura. Mas o aumento da atividade além destes níveis, pode reduzir ainda mais o risco.
O estudo, publicado a 25 de julho na revista Circulation, analisou 30 anos de registos médicos e dados de mortalidade de mais de 160 mil adultos (1988–2018). Os investigadores descobriram que as pessoas que seguiam as diretrizes mínimas de atividade física da Organização Mundial de Saúde – 150-300 minutos por semana de atividade de intensidade moderada, ou 75-150 minutos por semana de atividade de intensidade vigorosa – reduziam o seu risco de morte precoce em até 21%. Mas as pessoas que exerceram de duas a quatro vezes o mínimo recomendado, puderam reduzir o seu risco em até 31%. Exemplos de atividade moderada incluem uma caminhada em passo rápido, cortar a relva ou jogar ténis, enquanto a atividade vigorosa inclui coisas como caminhadas longas, jogging ou jogar futebol.

Os mecanismos subjacentes ao efeito da atividade física incluem a redução das concentrações de triglicéridos, aumento das lipoproteínas de alta densidade (o chamado “colesterol bom”) e redução do cálcio nas artérias coronárias, resultando por sua vez na redução dos riscos de doenças vasculares, que acarretam o maior risco de mortalidade. Além disso, a atividade física regular aumenta a resistência das células e tecidos ao stress oxidativo (envelhecimento), vascularização, metabolismo energético e reforça o sistema imunitário, aumentando o número de células imunitárias disponíveis para combater doenças. Além disso o exercício pode ajudar a diminuir o risco de desenvolver demência, especialmente a doença de Alzheimer, o tipo mais comum de demência. A Alzheimer Society refere que o exercício regular pode reduzir em 45% as hipóteses de contrair demência por Alzheimer. Os exercícios de força e resistência (levantar pesos) podem ajudar a aumentar a densidade óssea, prevenindo condições como a osteoporose.

Os benefícios positivos do exercício para a longevidade com saúde são claros. No final, o que é importante não é apenas o tempo de vida, mas também o quão bem se envelhece. Os idosos que fazem exercício físico são mais saudáveis, mais fortes, dormem melhor, realizam mais facilmente as tarefas diárias e têm menos probabilidades de sofrer um declínio cognitivo. Portanto, se a longevidade é realmente importante para si, escolha um exercício do qual goste e certifique-se que o pratica regularmente. Como alguém disse, “uma caminhada por dia, não sabe o bem que lhe fazia”.

 Não podemos viver para sempre, mas podemos viver mais

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