Carlos Eduardo

02 de 05 de 2024, 11:30

Desporto

Besteiros protesta jogo da Taça da 1ª Divisão de Viseu

Equipa de Tondela venceu nos penáltis o Vila Chã de Sá, nos quartos de final da prova. Jogo passou do tempo regulamentar para os penáltis, sem ir a prolongamento. A Associação de Futebol de Viseu decidiu anular essa decisão e levar os clubes a jogar prolongamento. Besteiros diz que tomada de posição da Associação é injusta e ‘lesa a verdade desportiva’. Vila Chã diz que se estão a cumprir os regulamentos e, com isso, a corrigir um erro

besteiros 2023 2024

O Besteiros vai protestar o jogo dos quartos de final da Taça da 1ª Divisão distrital. O clube do concelho de Tondela venceu o Vila Chã de Sá nas grandes penalidades por 4-2, depois de um empate a zero nos noventa minutos. O jogo não seguiu para prolongamento e foi logo para as grandes penalidades. Aí o Besteiros marcou quatro penáltis, o Vila Chã de Sá converteu dois. Agora, a Associação de Futebol de Viseu decidiu reverter a decisão nas grandes penalidades e levar os clubes a jogar o prolongamento. O regulamento da prova prevê que os clubes joguem prolongamento, caso o jogo esteja empatado no fim dos noventa minutos. E só depois, se o empate se mantiver, as grandes penalidades entram em equação.

O prolongamento estava agendado para esta quarta-feira, feriado de 1 de maio, às seis e meia da tarde, em Campo de Besteiros. O Vila Chã de Sá apresentou-se a jogo, o Besteiros, não. O capitão de equipa do Besteiros, Rui Romão, explicou ao Jornal do Centro que ninguém se apresentou a jogo porque o grupo de trabalho “não se sentia em pé de igualdade perante o Vila Chã de Sá”. “O erro foi do árbitro e foi acordado entre as duas equipas. Só tinham que assumir o erro”, vinca o atleta. O capitão do Besteiros lamenta ainda que o email a confirmar o prolongamento tivesse sido enviado às 19:15h de terça-feira, dia 30 de abril, quando o jogo ia acontecer “menos de 24 horas depois”.

Em comunicado, além de avançar que vai protestar o jogo, o Besteiros escreve que “dirigentes e jogadores várias vezes questionaram a equipa de arbitragem sobre o facto da ida direta para pontapés da marca de grande penalidade, após os noventa minutos regulamentares”. “Podemos afirmar que ambas as equipas disputam um jogo conhecedoras das regras colocadas para este jogo, ambos concordando com elas em todo o momento. Tal concordância culmina e ficou de resto selada através de assinaturas dos delegados ao jogo da ficha de jogo, que a validaram”, pode ler-se no comunicado. O Besteiros acrescenta ainda que “mesmo havendo erro de regulamento, houve regras aplicadas a ambos, o que se traduziu num resultado incontestável que apurou o vencedor da eliminatória”.

O clube do concelho de Tondela lamenta ainda que “a AFV não assuma o erro da equipa de arbitragem” e que “não impere o bom senso e a verdade desportiva”. Tal desfecho, remata o Besteiros, faz com que o clube “saia desta prova irreparavelmente prejudicado, com perdas inestimáveis desportivamente, financeiramente e até humanamente” e promete ir “até às últimas consequências” para ser corrigido um “inaceitável erro”. O Jornal do Centro ouviu o presidente do Besteiros, Alfredo Leitão, que remeteu toda a reação do clube tondelense para o comunicado oficial. O dirigente deixou ainda a nota de que vai reunir com a direção para perceber quais os próximos passos a tomar para que o jogo seja protestado e o caso seja levado até às últimas instâncias.

O Jornal do Centro também ouviu o presidente do Vila Chã de Sá. José Manuel Santos explica que o clube viseense se sujeitou à regra como sempre fez. O dirigente garante que “a Associação de Futebol de Viseu tomou a decisão de livre vontade” e que, da parte do Vila Chã de Sá, "não houve qualquer tipo de comunicado ou reclamação junto da Associação”. “A Associação agiu de livre vontade para cumprir o que está estipulado. Se o que está previsto é haver prolongamento... O árbitro na ficha de jogo escreveu que errou e a Associação decidiu corrigir o erro. E nós sujeitamo-nos à regra, como sempre, quer nos seja favorável, quer não”, frisa José Manuel Santos.

Questionado sobre o facto de a ficha de jogo ter sido assinada por todas as partes – incluindo o Vila Chã de Sá, o presidente do clube viseense acrescenta que “não é por validarmos um erro, que o erro deixa de existir”. “Se há um juiz que diz que é assim, o que é que você faria?", afirmou. O presidente do Vila Chã de Sá lembra que, "por isso é que a Associação de Futebol de Viseu tem organismos internos que decidem”.

Já sobre o timing da marcação do prolongamento, o presidente do clube garante que “o prolongamento foi marcado com a mesma antecedência” para ambos os clubes. “Eles estão em casa e o Vila Chã de Sá apareceu. Eu compreendo o Besteiros. Quero é deixar claro que o Vila Chã de Sá não fez qualquer tipo de pressão”, conclui. O Jornal do Centro tentou contactar o presidente da Associação de Futebol de Viseu, José Carlos Lopes, mas, até ao momento não foi possível.