Carlos Eduardo

23 de 04 de 2024, 17:07

Diário

''Um livro é uma companhia que está lá sempre, sem nos exigir nada'', diz escritor de Viseu

Estreou-se no mundo da escrita com o livro “Diário de um Alquimista”. Paulo Portugal acredita que uma maior divulgação do livro em vários locais do dia-a-dia poderia fazer aumentar o número de apaixonados pela leitura. De uma coisa o escritor viseense tem a certeza: é impossível viver só da escrita. Mas nem por isso a vontade de transmitir mensagens esmorece e se a leitura puder ser feita em papel, melhor

paulo portugal escritor viseu

De Viseu para o mundo numa viagem pelos pensamentos de um alquimista. Paulo Portugal é o autor de “Diário de um Alquimista”, livro editado pela Edições Esgotadas. E no Dia Mundial do Livro, o autor vê o livro como um objeto que pode representar “uma companhia”.

“Não nos exige nada: está lá sempre e não causa stress e ansiedade. Pelo contrário. É uma fonte de descarga de stress. Pode ser também uma fonte de aprender, de viajar. Pode dar-nos conhecimentos técnicos, formas de abordarmos o outro”, descreve.

E a partir do momento em que avançou para a “aventura” da escrita, Paulo Portugal tem já algo como certo: viver da escrita é missão impossível. “Sou um perfeito desconhecido, entre tantos outros que andam a publicar livros e artigos. Tenho um trabalho por conta de outrem que me permite ganhar a vida e pagar despesas. Embora o que eu mais gosto de fazer é criação literária e artística. Temos escritores famosos que apresentam diariamente notícias na televisão, outros têm mais do que uma profissão. Mesmo Saramago, antes de se dedicar exclusivamente à escrita, foi jornalista”, destaca.

Em Portugal, um escritor recebe apenas 10% do valor do preço de capa. “É pouco do ponto de vista do autor. Mas temos de perceber que há trabalho de design, publicação, rede distribuidora, publicidade, marketing, logística. Temos de nos contentar com esse valor. Não há volta a dar”, explica.

Quanto mais leitores houver, mais interesse pode haver nas obras. E para fazer aumentar o número de leitores, Paulo Portugal sugere um “jogo que permitisse às pessoas descobrirem a leitura”. Além disso, o escritor acredita que outra decisão poderia passar por “fomentar clubes de leitura que já existem noutros lugares”, em que “as pessoas têm possibilidade de escolher livros, trocá-los e comentá-los”.

O autor viseense acredita que nas praias poderia ser disponibilizado um quiosque para ser possível requisitar livros enquanto se está a banhos.
Na hora de escolher um livro, Paulo Portugal não hesita em pegar e folhear cada pedaço da história, apesar de não desdenhar o mercado dos e-books.

“Para mim ler e-books é tão válido quanto ler em suporte papel. Adquirir conhecimento, ter prazer de leitura, viajar no tempo, no espaço, conhecer novas formas de pensar…. Sempre que posso, gosto de pegar num livro em papel. É diferente”, frisa. "Diário de um Alquimista” deverá ser apresentado na Biblioteca Municipal D. Miguel da Silva, em Viseu, no mês de junho.