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13 de 01 de 2024, 10:00

Diário

“Este é o ano em que vou lançar as obras que eu queria”

Há 34 anos, na manhã de 6 de janeiro, Fernando Ruas entrava pela segunda vez na Câmara de Viseu. A primeira, tinha sido para ir tirar a licença de bicicleta. A segunda, em 1990, como “responsável máximo dos destinos” da “sua” cidade e concelho, como escreveu no livro “Desafios” que editou ainda estava como eurodeputado. Do convite para encabeçar a lista à Assembleia Municipal nas eleições autárquicas de 1989, passou a cabeça de lista para a autarquia por desistência do “companheiro de viagem”. Agora, como gosta de referir, está de volta “numa segunda reencarnação”

Fernando Ruas

Fotógrafo: Igor Ferreira

Há 34 anos entrou pela primeira vez na Câmara de Viseu. Quem era o Fernando Ruas nessa altura?
Era um cidadão que conhecia mal a câmara, a quem foi lançado o desafio para inicialmente ser candidato à Assembleia Municipal e depois, mais tarde, até por desistência da pessoa que estava indicada pelo meu partido, viraram-se para mim. Eu que já tinha convencido em casa que ia assumir a candidatura à Assembleia, foi só mudar para candidato à Câmara.

Mas já havia um Ruas político nessa altura?
Político sim, mas nenhuma relação com o poder local. Eu só tinha vindo à Câmara para tirar a licença de bicicleta, não tinha relação nenhuma com o poder local. Era gestor na Segurança Social e achei que também podia ser gestor numa instituição de âmbito mais lato e que me dissesse mais, portanto quando me lançaram o desafio… bem, se me tivessem convidado logo para sercandidato à Câmara era capaz de não aceitar, mas como já tinha dado o sim para a Assembleia foi fácil avançar.

Sempre foi do PSD?
Só fui militante do PSD e desde a primeira hora. Antes de entrar na Câmara já tinha sido presidente da Comissão Política Concelhia, aliás fiz a campanha do engenheiro Vidal. Lembro-me de ser presidente da Comissão Política quando houve eleições intercalares em Lordosa. O PSD ganhou essas eleições pela primeira vez. Retirou o outro partido do poder.

Depois de ganhar, o que achava que iria encontrar quando tomasse posse, sabia como gerir?
Eu quando cheguei à Câmara já a conhecia muito bem. Eu estudei a Câmara profundamente. Conhecia as contas todas. Quando disse o sim, já foi um sim consciente. Eu tinha muita consideração pelo presidente com quem disputei as eleições e lembro-me da primeira vez que houve um debate - e foi na Rádio Noar - o presidente da Câmara ficou muito admirado e perguntou-me porque é que eu ia com tanto dossiê. A determinada altura, quem estava a moderar perguntou qual era a dívida da Câmara e o presidente começou a dizer o que devia a este e àquele. Tinha tudo na cabeça, mas estava a fazer as contas. E eu disse-lhe espere aí que eu tenho aqui os dados e disse exactamente quanto é que a Câmara devia e ele ficou muito admirado. Lembro-me que ficou um pouco sem jeito e a partir dali o debate correu-lhe pior. Não estava à espera que eu tivesse as contas todas bem arrumadas.

Recorda-se qual foi a primeira decisão que tomou quando entrou na Câmara?
Foi mandar compor o quadro do bispo D. Alves Martins. Encontrei-o ali no Salão Nobre, caído, em cima de uma cadeira e roto.


(Ler mais na edição impressa desta sexta-feira, 12 de janeiro, do Jornal do Centro)