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28 de 03 de 2024, 16:37

Diário

Águas do Douro e Paiva autorizada a alargar investimentos à região de Viseu

Subsistema irá fazer chegar a água até Viseu. À autarquia caberá, depois, a ligação à rede pública

reunião de câmara Viseu

A Águas do Douro e Paiva está autorizada a investir a sul do grande Porto, podendo, assim, iniciar o projeto de abastecimento de água em alta na região de Viseu, num investimento superior a 100 milhões de euros (ME).

O respetivo “despacho reconhece o interesse público do alargamento do sistema do abastecimento de água a sul do Grande Porto e engloba os concelhos que estavam a tentar resolver o problema”, congratulou-se o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas.

O autarca reagia ao despacho publicado nesta quarta-feira em Diário da República, que permite à Águas Douro e Paiva, empresa com a qual a Câmara de Viseu tem reunido, para abastecer o concelho e “terminar com os problemas de falta de água” nesta zona.

“Agora, a empresa Águas Douro e Paiva poderá iniciar o investimento de imediato, quando quiser e espero que seja o quanto antes”, sublinhou, em declarações aos jornalistas, Fernando Ruas, reforçando que esta é a “melhor decisão” para abastecer Viseu. Segundo o autarca, assim que a água chegue em alta "para nós é só ligar [à rede pública de Viseu] e fazemos o abastecimento em baixa", independentemente se outros municípios aderirem ou não a este subsistema.

Desde 2022 que Viseu está em negociações com a empresas Águas do Douro e Paiva para distribuir em alta a água no concelho, em alternativa à Barragem de Fagilde, que abastece mais quatro municípios: Mangualde, Nelas, Sátão e Penalva do Castelo.

Em abril de 2023, o autarca afirmou que “o montante de investimento previsto é de cerca de 100 ME”, sendo que “72 ME são para as condutas principais” que ligam Cesar, em Oliveira de Azeméis, até ao Bairro Norad”, freguesia do Campo, em Viseu.

“São mais 25 ME para fazer a distribuição pelos municípios aderentes”, isto é, nove concelhos: oito da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões - Mangualde, Nelas, Sátão, Penalva do Castelo, Oliveira de Frades, São Pedro do Sul, Viseu e Vouzela - e Vale de Cambra (distrito de Aveiro), acrescentou.

Do investimento de 100 ME também fazem parte, esclareceu Fernando Ruas, “obras necessárias na ETA [Estação de Tratamento de Água] de Viseu para o tratamento de lamas, mas que será a Águas do Douro e Paiva a fazer”.

“O custo previsto para a água é 10 cêntimos mais baixo do que era previsto na empresa intermunicipal [criada em 2016], que, naquele tempo, era de 0,54 cêntimos por metro cúbico e aqui, este ano, é de 0,44 cêntimos na distribuição em alta”, afirmou em 2023.

Após a publicação do despacho, nesta quarta-feira, Fernando Ruas disse que o próximo passo é reunir com o administrador executivo da Águas do Douro e Paiva, António Borges, o que pretende que aconteça “já a seguir à Páscoa”.

Fernando Ruas lembrou ainda que espera “a aprovação do início do projeto da barragem” (de Fagilde), que vai permitir “triplicar a capacidade de reserva de água”, apesar de reconhecer que “já não é prioritário”.

“O que mais me preocupava, para que os viseenses não tenham falta de água, era esta permissão para a Águas do Douro e Paiva investirem, mas a barragem de Fagilde e o aumento da sua capacidade também é uma necessidade, até para o Governo”, considerou Fernando Ruas.