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28 de 03 de 2024, 15:39

Diário

Moradores ainda sem solução à vista por causa dos maus cheiros de restaurante em Jugueiros, Viseu

Queixas "voltaram" quatro meses depois à reunião pública da Câmara de Viseu

Jugueiros

Os moradores de dois prédios de Jugueiros, Viseu, continuam indignados por ainda não estar resolvido o problema com os maus cheiros de um restaurante que ali abriu há mais de um ano. O assunto voltou pela segunda vez a uma reunião do executivo pela voz de uma das moradoras que lamentou que a autarquia ainda não tenha encontrado uma solução, mesmo quatro meses depois de se ter comprometido a dar andamento às queixas, altura em que a moradora foi também a uma reunião de Câmara expôr a situação.

Segundo as explicações fornecidas pelos serviços técnicos, a situação está “presa” em processos legais e burocráticos. Em causa, queixas relativamente a uma esplanada, que os moradores dizem estar ilegal, e à má extração dos cheiros resultantes da cozinha do restaurante.
“O cheio entra na casa das pessoas , mesmo com as janelas fechadas. Por acaso a autarquia já lá foi fazer uma vistoria”, perguntou a moradora, que perante a indignação dos queixosos deixou a questão no ar se a Câmara não estaria a beneficiar alguém do estabelecimento comercial em causa.

“Os danos causados são de tal forma elevados que perdemos a qualidade de vida que sempre tivémos. O cheiro é tão forte e persistente que desde a abertura do restaurante até ao encerramento é impossível manter as janelas abertas ou utilizar as varandas”, lamentou Ana Rita Almeida.
Sobre a esplanada, a autarquia tinha já anunciado que tinha mandado remover a estrutura, mas acabou por receber uma providência cautelar, medida legal que, segundo o presidente da Câmara, faz com que o processo se arraste.
Já sobre os cheiros, foi Marcelo Delgado, responsável pela Direção Municipal de Ordenamento do Território e Desenvolvimento Económico, que deixou a explicação de um “complexo” procedimento.

O responsável esclareceu que em janeiro deste ano foi feita uma visita ao local e que interpelou o proprietário que mostrou uma série de documentos técnicos relativos ao projeto para a extração de fumos e cheiros, assim como uma declaração de honra assinada por um técnico de que tudo estava em conformidade. “Ainda assim, fomos avaliar e não nos pareceu correcto e percebemos que esse termo de responsabilidade não faz cumprir a legislação, de acordo com a nossa análise jurídica, pelo que vamos notificar o proprietário de urgência para que haja a devida correção”, disse.
Marcelo Delgado lembrou ainda que é preciso aguardar pelas decisões e só depois a Câmara pode avançar para uma “medida de força”, mas deixou uma garantia. “Quando diz que pode haver protecionismo de alguém, estou perfeitamente à vontade, não conheço as pessoas e essa insinuação não é verdade. Alias se me provar que é verdade, diga-me porque tenho de atuar”.