Geral

24 de 04 de 2024, 14:30

Diário

Núcleo da Iniciativa Liberal de Viseu condena instalação de Bordalo II na campa de Salazar

Liberais afirmam condenar “protestos ou manifestações contra ditaduras que incluam a profanação de cemitérios ou de sepulturas”

Iniciativa Liberal

Fotógrafo: Igor Ferreira

O Núcleo da Iniciativa Liberal de Viseu disse condenar “protestos ou manifestações contra ditaduras que incluam a profanação de cemitérios ou de sepulturas”. A posição dos liberais visa a intervenção de Bordalo II na campa de António Oliveira Salazar, no cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão.

O local foi coberto com uma caixa de medicamento gigante onde surge em grande destaque a palavra “Liberdade” e um cravo vermelho. O medicamento “Liberdade” é, segundo o artista, “um pro-biótico anti-fascista”, de 25mg e com 50 cápsulas. Na caixa pode ainda ler-se “sua dose diária de democracia”.

Num comunicado enviado às redações, a Iniciativa Liberal afirma que “acredita na necessidade de censurar todos os regimes ditatoriais e seus respetivos líderes”, mas sem manifestações que “incluam a profanação de cemitérios ou de sepulturas”.

“A ação levada a cabo pelo artista plástico Bordalo II no cemitério de Santa Comba Dão, tendo como alvo a sepultura do Dr. Oliveira Salazar, só pode merecer a condenação de quem acredita na liberdade e na luta política dentro das regras da democracia. Honrar o 25 de Abril, a liberdade e a democracia passa também pelo respeito dos lugares onde não cabem as manifestações de cariz político”, disse.

Também o presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão já reagiu. O autarca escusou-se a classificar a instalação artística de Bordalo II na campa de Salazar, considerando que “há outras maneiras de valorizar e celebrar a democracia e o 25 de Abril”.

“Haverá quem esteja contra, haverá quem esteja a favor, eu pessoalmente acho que há outras maneiras de celebrar a democracia”, afirmou Leonel Gouveia à agência Lusa, lamentando que a comunicação social “tenha feito disto um caso de grande relevância”.

Segundo o autarca socialista, “colocaram lá uma caixa, tiraram fotografias e foram-se embora, não há lá caixa nenhuma, foi uma coisa de minutos”.