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25 de 03 de 2024, 16:48

Diário

Artesão é o único que tem o segredo, agora ensina alunos da Universidade Sénior a fazer cestos de palha e de silva

João Prata tem 90 anos e passou a vida a criar “escrinhos”, produto artesanal típico de Alvite que está em risco de extinção

cestos créditos câmara de moimenta da beira

Os alunos da Universidade Sénior Infante D. Henrique (UNISE), em Moimenta da Beira, estão a fazer cestos de palha e de silva, conhecidos como “escrinhos”. Um exercício que, apesar de simples, visa salvar o produto artesanal típico de Alvite que está em risco de extinção.

Os idosos iniciaram recentemente uma oficina de cestaria orientada pelo artesão João Prata. O homem de 90 anos aprendeu a fazer este tipo de artesanato com o pai e é agora o único guardião deste saber.

“Aprendei a arte com o meu pai. Andei na escola até aos 10 anos, onde fiz a terceira classe, e a partir dessa idade só parei de fazer cestos quando emigrei em 1971. Foi durante muito tempo o meu ganha-pão”, disse João Prata, citado pela Câmara de Moimenta da Beira.

Antigamente, os “escrinhos” serviam para transportar merenda, compras ou sementes para o campo e para guardar alimentos, entre outras funcionalidades. Hoje, são poucas as pessoas que dão esta utilidade, sendo que os cestos são agora mais usados para adornar as casas.

Tratando-se de uma técnica bastante trabalhosa, os alunos da UNISE estão a aprender enquanto manuseiam a matéria-prima para fazerem os seus cestos. Uma tradição que visa dar continuidade à tradição para que este artesanato continue vivo.