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Jorge Marques
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No coração da região demarcada do Dão, em Mangualde, ergue-se o majestoso Palácio dos Condes de Anadia, um dos mais belos exemplares da arquitetura senhorial portuguesa do século XVIII. Com uma história que atravessa várias gerações e estilos arquitetónicos, este monumento não é apenas uma testemunha do passado, mas também um convite ao visitante para explorar os seus jardins, provar vinhos de excelência e admirar o esplendor do barroco em Portugal.
As raízes do Palácio dos Condes de Anadia remontam ao século XVI, quando a Casa dos Paes do Amaral deu os seus primeiros passos como uma modesta residência em Mangualde. O marco da sua transformação surge em 1644, quando Gaspar Paes do Amaral, Capitão-Mor de Mangualde, instituiu um vínculo ligado à Capela de S. Bernardo. Contudo, foi no início do século XVIII que Simão Paes do Amaral deu início à reedificação da antiga casa senhorial, processo que se prolongaria por quase um século.
O resultado dessas obras monumentais culminou no palácio barroco que hoje conhecemos, concluído no tempo de Simão Paes do Amaral Quifel Barberino, em 1807. No início do século XIX, a propriedade ganhou o título de “Palácio Anadia” devido ao casamento de Manuel Paes do Amaral de Almeida e Vasconcelos Quifel Barberino com a 3.ª Condessa de Anadia, D. Maria Luiza de Sá Pereira de Menezes de Mello Sottomayor.
Ao longo dos séculos, o palácio recebeu figuras de destaque, como o Marechal Massena, comandante do exército francês durante a terceira invasão napoleónica em 1810. Posteriormente, em 1882, El-Rei D. Luís I visitou o palácio por ocasião da inauguração da Linha de Caminho de Ferro da Beira Alta. Mais tarde, o rei D. Carlos I também ali esteve, reforçando o prestígio desta residência senhorial.
O Palácio dos Condes de Anadia é um notável exemplo do barroco setecentista em Portugal. A sua construção é atribuída ao arquiteto coimbrão Gaspar Ferreira, também responsável pela Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra. As suas fachadas apresentam uma variedade de estilos e detalhes arquitetónicos:
No interior, destacam-se a escadaria monumental revestida de painéis de azulejos azul e branco e o salão nobre, onde a luz natural interage com os azulejos joaninos, criando um ambiente de rara beleza.
Os jardins do palácio são um exemplo perfeito da fusão entre arquitetura e paisagem. Inseridos numa quinta murada de 50 hectares, incluem uma vinha de 10 hectares que contribui para a produção de vinhos de alta qualidade. Este espaço verde segue a tradição dos jardins portugueses do século XVIII, privilegiando a intimidade e o requinte.
Os visitantes do Palácio dos Condes de Anadia têm a oportunidade de explorar os jardins históricos, admirar a vinha e visitar a Adega de Barricas. A experiência culmina numa prova de três vinhos na antiga garrafeira da Casa, onde a história e o terroir do Dão se unem numa celebração sensorial.
A família dos Condes de Anadia pertence à antiga nobreza portuguesa e integra quatro linhagens genealógicas de grande relevância histórica:
Atualmente, o palácio pertence ao 8.º Conde de Anadia, Miguel Maria de Sá Paes do Amaral, que zela pela preservação deste património histórico e cultural.
Durante o século XVIII, o palácio assumiu um papel central na vida social da nobreza portuguesa. Além de servir como residência de verão, era palco de festas, jogos e bailes, refletindo as novas tendências europeias. A adaptação das casas senhoriais para estas novas funções marcou uma transformação na paisagem rural portuguesa, enriquecendo-a com construções de grande qualidade arquitetónica.
Fonte: página online Palácio dos Condes de Anadia