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Assinala-se esta sexta-feira, 13 de setembro, 139 anos de nascimento de Aquilino Ribeiro.
Aquilino Ribeiro nasceu, em Tabosa do Carregal, Sernancelhe, a 13 de setembro de 1885, fruto do relacionamento de Joaquim Francisco Ribeiro com Mariana do Rosário Gomes.
Faz, em 1895, o exame da 4.ª classe em Moimenta da Beira, entrando, de seguida, no Colégio de Nossa Senhora da Lapa.
Por iniciativa de sua mãe, que ambicionava fazê-lo sacerdote, frequenta o Seminário de Beja de onde acabaria por ser expulso, em 1904, por incompatibilidade com o padre Manuel Ançã, um dos diretores da instituição.
Em 1906, já a residir em Lisboa, inicia uma colaboração com o jornal republicano A Vanguarda.
No ano seguinte, escreve, em parceria com José Ferreira da Silva, o conto A Filha do Jardineiro, obra onde enaltece o republicanismo, criticando figuras do regime. Entra para a Maçonaria através do Grande Oriente Lusitano e é acusado de anarquista.
Evade-se da prisão em 1908, mantendo, em Lisboa, contactos com os regicidas.
Em 1910, vamos encontrá-lo em Paris, estudando na Faculdade de Letras da Sorbonne.
A 5 de outubro é implantada a República em Portugal. Aquilino visita Lisboa mas regressa a Paris, onde se havia enamorado pela alemã Grete Tiedemann, com quem casaria mais tarde, após uma breve passagem pela Alemanha.
De regresso a Paris, nasce, nesta cidade, em 1914, o seu primeiro filho, Aníbal Aquilino Ribeiro. Nesse mesmo ano escreve Jardim das Tormentas.
O despoletar da Primeira Grande Guerra obriga Aquilino e a sua família a mudar-se para Portugal.
Apesar de não ter concluído a licenciatura na Sorbonne, é colocado como professor no Liceu Camões, onde permanecerá três anos.
Em 1918, publica A Via Sinuosa, entrando, no ano seguinte, para a Biblioteca Nacional de Portugal, onde contacta outras distintas personalidades como Jaime Cortesão e Raul Proença.
Entre a sua valiosa produção textual publicada a partir desta data, recomendamos, como essencial, a leitura de Terras do Demo (1919), A Casa Grande de Romarigães (1957) e O Romance da Raposa (1959).
Para além de ter integrado a direção da revista Seara Nova, deu o seu contributo literário a outras publicações.
Após a sua primeira esposa ter falecido, consorcia-se, em 1929, na cidade de Paris com Jerónima Dantas Machado, filha de Bernardino Machado. O filho de ambos, Aquilino Ribeiro Machado, viria a ser o 60º Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, de 1977 a 1979.
Apesar de Aquilino ser considerado persona non grata pelos governantes do Estado Novo, é proposto, em 1960, por inúmeras personalidades portuguesas, para o Prémio Nobel da Literatura.
Quando morre, a 27 de maio de 1963, a censura então vigente proíbe os jornais de publicar notícias sobre as inúmeras homenagens que lhe estavam a ser prestadas. A 14 de Abril de 1982, é agraciado, a título póstumo, com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade.
Em 2007, a Assembleia da República Portuguesa decide, por unanimidade, homenagear a sua memória, concedendo aos seus restos mortais as honras de Panteão Nacional. A cerimónia de trasladação do Cemitério dos Prazeres para este novo local viria a ocorrer a 19 de setembro desse mesmo ano.
A 26 de fevereiro de 2022 é inaugurado, na renovada Praça do Tabolado, no coração de Moimenta da Beira, o monumento escultórico composto por quatro peças, todas feitas em bronze e todas em tamanho real, de Aquilino Ribeiro rodeado por três lobos. Esta homenagem representa o período em que o escritor traduziu a resistência dos Povos dos Baldios num dos seus acervos literários mais afamados: “Quando os Lobos Uivam”.
Em Soutosa, terra onde o escritor viveu, podemos visitar a Fundação Aquilino Ribeiro (FAR), instituição de utilidade pública sem fins lucrativos. A Casa-Museu do séc. XIX presenteia-nos com centenas de objetos pessoais do escritor, como livros, postais e fotografias. Sem esquecer, o extenso jardim, o pátio interior da Casa, os anexos de lavoura, a Biblioteca de Aquilino, situada na casa de São João que possui também um auditório e, a Casa do Aldeão que é conhecida por ser uma casa doméstica dos finais do século XIX, princípios do século XX, onde possui utensílios usados nos nossos antepassados.
A obra, publicada em 1958 valeu ao autor um mandato de captura e a apreensão de todos os exemplares pelo regime salazarista.
Aquilino Ribeiro foi instruído, em outubro de 1959, um processo-crime por «desacreditar as instituições vigentes» e só uma amnistia publicada em 12 de novembro de 1960 lhe permitiu não ir a julgamento.