Com a chegada da época mais fria do ano é comum o aparecimento de infeções que podem levar ao desenvolvimento ou agravamento de amigdalites, otites, rinites, sinusite, que podem requerer tratamento cirúrgico. Pedro Carvalho dos Santos, Otorrinolaringologista no Hospital CUF Viseu alerta para a importância de se procurar uma observação médica precoce e explica como o hospital tem vindo a apostar na diferenciação tecnológica para o diagnóstico e tratamento destas doenças, permitindo realizar cirurgias cada vez menos invasivas e com uma recuperação mais rápida para o doente
Quais as patologias mais comuns no inverno e que levam à procura de um Otorrinolaringologista?
Entre as patologias da área da Otorrinolaringologia, a mais comum no inverno é a nasofaringite aguda, mais conhecida como constipação. Contudo, amigdalites, otites e crises de sinusite são também mais frequentes nesta estação do ano, constituindo um grupo de doenças com as quais o Otorrinolaringologista lida frequentemente.
Quais os sinais de alerta a que a população deve estar atenta e porque é importante um diagnóstico precoce?
Durante o inverno é frequente o agravamento de sintomas que estão presentes durante o resto do ano, ainda que mais discretos. Um exemplo típico é o de crianças que têm habitualmente o nariz entupido e que respiram preferencialmente pela boca. Estas crianças tendem a ressonar, podendo os pais notar que os seus filhos deixam de respirar durante curtos períodos enquanto dormem. Estas pausas respiratórias, denominadas apneias, são prejudiciais para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, sendo importante uma observação a curto prazo por parte de um Otorrinolaringologista.
Outro exemplo que importa realçar, este comum entre crianças e adultos, é o aumento da frequência de amigdalites agudas. O sintoma mais típico desta infeção é a dor de garganta. Quando esta dor persiste, o doente deve ser observado por um Otorrinolaringologista, uma vez que poderá ser necessário reforçar a medicação contra a dor ou receitar terapêutica antibiótica. Quando estes episódios se tornam frequentes, o doente deverá ser vigiado em consulta de Otorrinolaringologia, uma vez que a sua recorrência implica períodos prolongados de absentismo laboral ou escolar, com um impacto muito significativo na qualidade de vida dos doentes com esta patologia.
Em situações menos comuns, a infeção pode agravar e resultar num abcesso. Este tipo de complicação geralmente manifesta-se com uma dor de garganta muito intensa, associada a dificuldade em engolir saliva, em abrir a boca ou mexer o pescoço. Qualquer um destes sintomas é motivo para observação urgente por um Otorrinolaringologista.
Um diagnóstico precoce é fundamental para um bom prognóstico porque o tratamento destas doenças é tanto mais eficaz quanto mais precoce for a sua deteção.
Qual a abordagem do Hospital CUF Viseu no tratamento destas doenças?
O diagnóstico e tratamento atempado são das maiores prioridades do Hospital CUF Viseu, que, alicerçado num corpo clínico experiente e com valências nas diversas áreas da Otorrinolaringologia – desde ORL pediátrica à Vertigem -, garante uma resposta célere às necessidades de saúde da população.
Para além da equipa médica de ORL, o Hospital dispõe de uma equipa técnica imediatamente disponível para realizar os exames adequados à situação, sendo comum a execução de exames de audição ou de imagiologia durante a avaliação dos doentes.
Todo o funcionamento do serviço está desenhado de forma a que seja atingido um diagnóstico fundamentado de acordo com as últimas normas científicas, para que o doente termine a consulta com o plano de tratamento mais indicado. Particularmente, no que concerne ao grupo de patologias típicas do inverno, o doente é abordado de forma a melhorar os sintomas agudos bem como prevenir novas infeções.
Destaco, ainda, a estreita relação com outras especialidades, nomeadamente no seguimento de doenças tão prevalentes na nossa população como a patologia respiratória e alérgica, em que existe uma colaboração com a Pneumologia ou Imunoalergologia sempre que necessário.
Que tipo de cirurgias são realizadas habitualmente??
No Hospital CUF Viseu podem ser realizadas cirurgias em todas as áreas da Otorrinolaringologia, desde a cirurgia pediátrica menos complexa, com períodos de internamento muito curtos, até a procedimentos de elevada exigência técnica, de que é exemplo a remoção de tumores da hipófise pelo nariz, realizada por técnica minimamente invasiva e em colaboração com a Neurocirurgia.
Existe algum tipo de cirurgia mais frequente no inverno?
Nesta época do ano, uma indicação comum para cirurgia é o caso mencionado das crianças que fazem apneias durante a noite. Nestes doentes, quando um ciclo de tratamento medicamentoso não foi eficaz, poderá ser realizada a remoção das adenóides e amígdalas.
Trata-se de um procedimento cirúrgico sob anestesia geral e, como tal, deve ser encarado com toda a propriedade, transmitindo todas as informações aos pais e esclarecendo todas as dúvidas e preocupações. No entanto, é uma cirurgia rotineira para o Otorrinolaringologista, apresentando uma baixa taxa de complicações. Podemos afirmar que é uma das cirurgias que o Otorrinolaringologista realiza o maior número de vezes ao longo de toda a sua carreira.
Esta cirurgia não deixa cicatrizes visíveis na pele, sendo pouco invasiva nesse aspeto, e é de esperar uma recuperação rápida ao longo dos dias após o procedimento. Não é necessário realizar qualquer tipo de penso, sendo apenas requerido dos pais o cumprimento da medicação que é prescrita para a criança tomar em casa e alguns cuidados dietéticos nos dias seguintes à operação.
É portanto uma cirurgia segura que pode ser encarada com serenidade por parte dos pais.
Hoje em dia, as técnicas cirúrgicas são cada vez menos invasivas, com claras vantagens para o doente. Quais os benefícios que destaca?
Os avanços tecnológicos têm nos permitido realizar cirurgias de ouvido, nariz e garganta de uma forma cada vez menos invasiva, o que permite reduzir o tempo do procedimento cirúrgico, melhorar a qualidade e segurança dos mesmos, bem como proporcionar períodos de internamento mais curtos e uma recuperação mais rápida do doente. Atualmente muitas das cirurgias de ORL são mais céleres, menos dolorosas e podem ser realizadas em regime de ambulatório, ou seja, sem necessidade internamento.
