A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Setembro é um mês de transição importante para a sua horta e…
O programa, produzido pela Tell me a Story para o Jornal do…
por
Ana Rita Silva e Bruna de Melo
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Diogo Chiquelho
Os partidos que não conseguiram eleger deputados por Viseu nas últimas legislativas prometem estar atentos e trazer temas para a discussão no Parlamento, cujos deputados
Boa parte dos partidos esperam também um novo Governo capaz de dialogar, mesmo tendo maioria absoluta, mas também há quem acredite que vai continuar tudo na mesma.
O Chega foi o terceiro partido mais votado no distrito, tendo sido apenas superado pelo PS e pelo PSD, que elegeram os oito deputados do círculo eleitoral. O presidente da distrital de Viseu, João Tilly, não espera nada do novo executivo de António Costa, que toma posse esta quarta-feira (dia 30). “Sobre este Governo, não espero muito mais do que esperámos do anterior, que foi um desastre. Espero não me enganar, mas será um desastre igual”, diz.
João Tilly, que foi cabeça de lista do Chega nas legislativas de 30 de janeiro, acredita que o novo Governo não vai durar mais do que dois anos porque, diz, “António Costa está a fazer tudo para ser eleito para o Conselho Europeu”. “Portanto, em 2024, nós não teremos o Costa pelo menos à frente do Governo”, antevê.
O Chega não conseguiu eleger um deputado no distrito, mas tem mais eleitos no Parlamento. João Tilly considera que o facto de o Chega ser agora a terceira maior força política do país vai permitir ao partido demonstrar que o socialismo “não é o caminho que interessa a Portugal”. O dirigente entende também que o novo Parlamento é “muito mais atual e muito menos anacrónico”.
Bloco não quer largar as portagens e o comboio
Já o Bloco de Esquerda, que foi o quarto partido mais votado na região, promete não abdicar da questão das acessibilidades.
Manuela Antunes, que foi a cabeça de lista bloquista nas últimas legislativas, garante que o partido vai bater-se por questões como o comboio, a mobilidade e as portagens, “que vamos constantemente insistir até serem completamente abolidas porque nós, no interior, gastamos muito mais dinheiro do que outras pessoas para circular quer dentro do distrito quer para fora”.
“Independentemente de ter ou não pessoas eleitas, o Bloco vai estar atento a todas as necessidades”, assegura Manuela Antunes, que recorda que não há boas memórias de executivos com maioria absoluta. A bloquista espera que o novo Governo ouça os outros partidos e as suas propostas.
“Temos más memórias de governos com maioria porque, geralmente, o quero, posso e mando é a primeira linha de ação. Neste início, a expetativa é que se continue a trabalhar para o bem comum e para o bem do país e que toda a gente seja ouvida porque, com maioria, nós podemos apresentar propostas que consideramos ótimas, mas depois na prática poderão nunca sair do papel porque o Governo poderá sempre inviabilizar a aprovação das propostas”, sustenta.
O Bloco promete ainda estar muito atento à ação governativa.
Liberais preocupados com a água
Quanto à Iniciativa Liberal, o quinto partido mais votado em Viseu, uma das prioridades é resolver o problema da falta de água. O abastecimento público é um dos temas que a iniciativa liberal vai levar a debate no Parlamento, garante Sérgio Figueiredo, coordenador dos liberais no distrito e ex-cabeça de lista do partido.
“Nós temos identificados os temas que queremos ver debatidos no Parlamento, nomeadamente a questão da água, que é um tema que penso que é transversal a todos os partidos com o interesse em ver resolvido este problema que se arrasta e ao qual não se augura um futuro muito positivo para a região”, refere.
Segundo Sérgio Figueiredo, a IL promete fazer oposição a um governo que não vai ser diferente do anterior, acrescenta.
“Esperamos que este Governo do PS seja muito diferente dos últimos que nos habituaram a governar com uma visão socialista que teima em afastar o nosso país dos demais países europeus, mas estamos cada vez mais na cauda da Europa e não prevejo que o Governo não mude assim tanto nem na forma de atuar e governar o país”, diz acrescentando que o partido “será oposição quando tiver que ser e terá apoio nas medidas com as quais concordamos e consideramos que possam ser positivas para o desenvolvimento do país”.
PCP promete bater-se pelas pessoas e pelos direitos dos trabalhadores
Também Filipe Costa, da direção da Organização Regional de Viseu do PCP, considera que o distrito nunca ganhou com o PS no Governo. A CDU foi, nas últimas legislativas, a sétima força política mais votada no distrito.
Em declarações ao Jornal do Centro, o comunista garante que, mesmo não tendo deputados de Viseu, o PCP não vai deixar de se bater “pela reposição dos serviços públicos que foram encerrados ao longo de vários anos, pela melhoria das acessibilidades no distrito e pela retirada das portagens na A24 e na A25, mas também pela conclusão das obras no IP3 que estão atrasadas”, além dos direitos dos trabalhadores.
Filipe Costa acrescenta que, além do IP3, uma das prioridades da CDU passa pela resposta à situação na empresa têxtil Vouzela: trabalhadores preocupados com futuro da Brintons, em Vouzela. O comunista diz que “temos uma pergunta à espera para entrar na Assembleia da República que diz respeito aos direitos dos trabalhadores da Brintons, uma empresa que está em processo de desmantelamento e em que os trabalhadores veem os seus postos de trabalho em causa”.
Livre quer debater tema do frio
Com a entrada dos novos deputados no Parlamento, o Livre – que foi o nono partido mais votado no distrito – diz que vai levar a discussão o tema do frio, que foi uma das bandeiras do partido que tem apenas um deputado.
Miguel Won, que foi o cabeça de lista do Livre pelo distrito, refere que o partido irá propor no hemiciclo “um programa de comparticipação financeira, até ao limite de 100 mil euros, para a climatização dos edifícios que será pago pelo Plano de Recuperação e Resiliência”. “Existe uma almofada financeira que permite pagar este tipo de despesa. Não sabemos quando vamos propor isto porque tem a ver com questões de organização interna do Parlamento”, acrescenta.
Miguel Won espera que o Governo e o Parlamento façam um bom trabalho e que, apesar da maioria absoluta do PS, os socialistas tenham abertura para o diálogo.
“Nós dissemos que essas maiorias não são muito positivas porque pode haver um fechamento, um abuso muito dominante e pouco escrutínio. Apesar de haver maioria absoluta do PS na Assembleia, esperamos que não haja intransigência ou fechamento sobre o trabalho e as políticas em geral”, conclui.