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Uma parte significativa do trabalho dos artistas desenvolve-se no diálogo que estabelecem com a história da arte, com outros artistas e com as grandes temáticas do seu tempo.
João Dias apresenta a instalação «FÓSSEIS – Fragmentos pós-arqueológicos», um trabalho de rigor com uma ambiência muito bem conseguida. O artista parte de fragmentos da natureza – que designa por «extrações» – frequentemente troncos ou outros pormenores vegetais ou ainda do património arqueológico, e através de processos tecnológicos contemporâneos constrói modelos tridimensionais que depois pinta e assembla, contruindo ambientes com incorporação de luz e som. O efeito que consegue é surpreendente, ao transformar por completo o espaço expositivo da Quinta da Cruz, transmitindo a estranha sensação ao visitante de entrar num outro universo. Num outro espaço pode ver-se os processos que utiliza, desde o mapeamento dos sítios que selecionou para explorar, até à criação dos modelos em impressão 3D. Este projeto demonstra uma atenção crítica às grandes transformações sofridas pelos ecossistemas e o desejo porventura utópico de construir um álbum de recordações, através de um arquivo dos fragmentos que seleciona. No entanto, neste percurso João Dias cria um novo ecossistema (a sua instalação), agora com elementos “artificiais”, dando talvez a entender que a evolução é possível, embora resulte num ecossistema com características diferentes. É, pois, um projeto que se afirma nas fronteiras da ficção científica.
Fernando Oliveira, José Luís Loureiro, José Pereira e Luís Calheiros apresentam «DIÁLOGOS EXEMPLARES – M. Duchamp vs Leonardo. Anti-arte vs Arte». A exposição desenvolve-se em três espaços distintos da Quinta da Cruz e é de salientar a sua cuidada montagem. O título remete logo para o seu objetivo – uma evocação das querelas estéticas das primeiras vanguardas do séc. XX – em que as novas gerações de artistas (futuristas, dadaístas) empreenderam uma ruptura estética radical, des-sacralizando a produção artística anterior (lembremos Duchamp e o seu objeto «fonte», um prosaico urinol encontrado na rua, transformado em obra de arte apenas pela vontade explícita do seu autor). Os autores destes DIÁLOGOS EXEMPLARES de certa forma colocam-se numa posição idêntica à daquelas vanguardas, mas agora operam uma dupla des-sacralização ao tomar como referência as suas obras. Através da ironia e mesmo do humor, da imitação intencional (as obras de referência são adaptadas a outras circunstâncias), provocam o pensamento crítico sobre a obra de arte e o seu processo criativo. Num tempo em que muitos autores reclamam “o fim da arte”, com o argumento de que já não é possível criar nada de “novo” pois já foram percorridos todos os caminhos, a arte terá passado a um estado de permanente confronto e diálogo com o já criado, produzindo obras que são como sucedâneos do já feito? Os DIÁLOGOS EXEMPLARES destes quatro artistas parecem confirmar esta tese. Mas provavelmente introduzem outra questão: a novidade de uma obra de arte será apenas um dos seus atributos, não necessariamente essencial? E quais são os critérios para a valorização de uma obra de arte?
Estas duas exposições na Quinta da Cruz – Centro de Arte Contemporânea de Viseu – são um exemplo desse trabalho nunca acabado de pensar a arte.
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