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Por outro lado…

 Por outro lado… - Jornal do Centro
06.12.21
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Era uma tarde solarenga de um domingo de Outono e procurávamos avidamente um daqueles tão badalados e peculiares baloiços que se espalham pelo nosso concelho como que cogumelos nascidos sem que se tenha visto sequer cair chuva que potenciasse o seu surgimento.Depois de dezenas de casas sem vivalma deparei-me ao longe com um vulto passivamente sentado nas escadas. Tão quieto e sossegado era o seu estado, que me era difícil apurar quanto à sua vivacidade.

Uma vez chegados perto espantou-me o rosto sereno, um rosto assim banhado ao sol, sulcado de rugas, e ao mesmo tempo tão jovem, simples, tão asseado e limpo, tão belo! Paramos então, não sei se tanto pela necessidade de informação como pela curiosidade de conhecer a senhora. Afável até no tom de voz, prontamente nos indicou o caminho, metendo pelo meio nomes de locais como “as devesas”, o “cimo de monte”, o “bico”, tudo como quem fala do Rossio ali ao centro da cidade ou do Mercado 2 de Maio, também ali tão perto, pois tá claro, que toda a gente sabe onde fica! E eu fiquei para mim a pensar se esta respeitável idosa de seu nome para mim ainda desconhecido, teria porventura descendente interessado a quem deixasse tamanho legado , de saber ao certo o nome do local onde o riacho atinge o rio, o nome do sítio onde sempre se avista uma cobra pela Verão e mesmo daquele terreno acolá, que não tem nada de particular, mas que só pelo nome “bico” mentalmente se mapeia. Em não se encontrando tal descendente ou outro interessado, por certo que será perdido o legado e não responderá o “bico” mais pelo nome que lhe foi dado.

Teremos então que o “bico” será um espaço onde cresce verdura e se revolvem minhocas, que em nada se distinguirá de outro qualquer espaço da terra onde crescem verduras e se revolvem minhocas. Ficará ssim perdida para todo o sempre , toda a autenticidade, todo o ar castiço que lhe era imprimido pelo simples nome que lhe foi atribuído. E simples é forma de falar! Ora vá-se lá perguntar à honorável senhora a história das “devesas” ou mesmo do “cimo de monte”, e verão que a formação dos seus nomes tem afinal pouco de simples, pois que a sua história é afinal muitíssimo comprida. Se é vedadeira ou não, isso não vem ao caso, que à uma tenho por honesta a senhora que assim se me apresenta, e às duas por três nem o mais doutorado historiador repetiria a todo o ouvinte a história assim tão acertivamente narrada, em prosa tão cadencial, que se outra verdade houvesse tenho por certo que morria, ali mesmo prostrada, para todo o sempre vencida.

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