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1. O melhor e mais útil projecto para o centro histórico de Viseu realizado pelo malogrado António Almeida Henriques é, sem sombra de dúvida, a recuperação da Casa das Bocas, na Rua João Mendes, mais conhecida como Rua das Bocas por causa das gárgulas daquela bela casa do século XVII.
As obras custaram dois milhões e meio de euros, acabaram no início deste ano e foram pensadas para que aquela casa seja uma Unidade de Saúde Familiar que vai servir dezoito mil utentes.
Foi tudo protocolado com o ministério da saúde em devido tempo. Por parte do município, tudo feito. Do lado do ministério, tudo parado à espera de um concurso para meia dúzia de funcionários.
Repito: a USF podia ter aberto no início do ano mas chegámos ao Outono e está tudo parado por causa da transcendente colocação de meia dúzia de funcionários. Esgotaram a tinta nos carimbos e o toner nas impressoras, tramaram as tramitações concursais, desautorizaram as autorizações superiores, sentaram umas múmias paralíticas nos gabinetes. Nada anda, nada desanda, tudo tresanda.
Em 10 de Agosto, o dr. Ruas gastou gasóleo, portagens e tempo e foi à capital ter uma reunião sobre o assunto com a então ministra Marta Temido. Resumo daquela conversa feito pelo presidente da câmara de Viseu: “Não tive a garantia de nada, mas fiquei com a ideia de que a ministra ficou incomodada com a situação e que as pessoas foram motivadas para resolver o problema rapidamente.”
Trocada a coisa por miúdos: a pior ministra da saúde da terceira república ficou “incomodada” com o “problema”, mas o “problema” só podia ser resolvido depois de resolvido um “problema” muito maior: o défice de motivação dos boys e das girls da saúde.
O Agrupamento de Centros de Saúde Dão Lafões formou onze médicos de família mas, como a maioria das vagas do último concurso nacional foram para Lisboa e Vale do Tejo, nove desses onze médicos formados na região foram para onde havia vagas. Isto é, Lisboa. O costume.
Entretanto, segundo números da ACES Dão Lafões de 31 de Maio, naquele agrupamento havia “11716 utentes sem médico de família, dos quais 9811 apenas na cidade de Viseu.”
2. Este desleixo centralista, este desprezo pelo interior não é exclusivo da saúde. Ele é geral em todas as áreas da governação.
Do lado de lá da fronteira, foi criado um movimento político de defesa do mundo rural espanhol e dos direitos das pessoas que não vivem nas grandes metrópoles – chama-se Espanha Esvaziada e já começou a eleger pessoas.
Temos de começar a pensar num movimento político análogo. Por quanto tempo mais é que o Portugal Esvaziado vai tolerar o egoísmo da corte lisboeta?
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Pedro Escada
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Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca