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Arrancou este mês o SambucuSafe, um projeto inovador que pretende dar resposta a uma das principais preocupações associadas à produção de baga de sabugueiro: a contaminação por fungicidas. Focado na região do Varosa, o projeto resulta da iniciativa da Regiefrutas, em parceria com a INDUMAPE, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e o MORE CoLAB. A ideia passa por criar um processo industrial que permita reduzir a concentração dos elementos químicos nocivos.
Apesar de a agricultura moderna recorrer frequentemente a produtos fitofarmacêuticos para proteger as culturas, a sua utilização pode acarretar riscos ambientais e para a segurança alimentar. No caso do sabugueiro, muitas vezes plantado junto a outros pomares, como os de maçã, existe uma elevada probabilidade de contaminação das bagas com fungicidas como a captana, aplicada noutras culturas próximas.
“A aplicação de captana em macieiras numa altura próxima da apanha da baga de sabugueiro pode não permitir um intervalo de segurança suficiente, o que se traduz pontualmente em valores residuais acima do permitido”, explica Alexandre Gonçalves, coordenador técnico-científico do MORE CoLAB. Soma-se ainda o risco de contaminação cruzada em unidades fabris que processam simultaneamente diferentes frutos com limites distintos de resíduos.
Perante este cenário, o desafio lançado pela Regiefrutas e pela INDUMAPE passou por encontrar uma solução eficaz e sustentável para garantir os elevados padrões de qualidade associados à baga de sabugueiro do Varosa.
“As soluções tradicionais, como a lavagem, não são viáveis para este fruto, dada a sua pele delicada e facilidade de deterioração”, sublinha Fernando Nunes, professor do Departamento de Química da UTAD. “Daí a necessidade de desenvolver um processo industrial que permita reduzir a concentração de captana e dos seus metabolitos nos mostos e concentrados de baga de sabugueiro”, explicou.
A baga de sabugueiro é rica em compostos bioativos com reconhecidos benefícios para a saúde e assume-se hoje como um importante produto de exportação, sobretudo para países como Alemanha e Países Baixos, onde é utilizada principalmente como corante natural.
Para César Pereira, responsável de qualidade e produção na Regiefrutas, “o projeto SambucuSafe representa uma mais-valia para os produtores locais, ao contribuir para a redução de perdas comerciais e garantir a segurança e qualidade do produto final”.
Com o objetivo de desenvolver uma tecnologia “clean label”, o projeto pretende não só melhorar a qualidade dos produtos derivados da baga de sabugueiro, mas também motivar a instalação de novas plantações, reforçando o peso desta cultura na economia regional e nacional.