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O presidente da Câmara de São João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, convidou os viticultores para uma reunião esta sexta-feira, dia 23 de agosto, pelas 18h00, no Salão Nobre da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira. O objetivo é o de preparar um manifesto em defesa dos agricultores.
O motivo da reunião passa pelo facto de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro Adjunto e da Coesão Territorial marcarem presença no concelho no dia 30 de agosto, pelas 17h30, “por ocasião da Vindouro que celebra e tem promovido como poucas a região e a viticultura duriense”.
O autarca diz que esta é uma “oportunidade única” para os viticultores durienses manifestarem “o descontentamento e o desespero que vivem”, e afirma que estão a preparar um “derradeiro manifesto dos viticultores do Douro” que, logo depois dos discursos, pretendem entregar “em mão” aos referidos governantes, e com os quais terão “oportunidade de falar, de forma ordeira e cordata mas com todo o empenho e argumentos que lhes façam sentir que o governo tem de uma vez por todas de colocar mão na região na defesa da viticultura e de todas e todos os que fazem e fizeram o Douro”.
O presidente da Câmara de S. João da Pesqueira mostra-se convicto que esta forma de atuação, “com a presença da comunicação social e com a força das assinaturas que constarão deste Manifesto, será uma forma eficaz de fazer chegar a nossa mensagem e obrigar a tutela a agir”.
Os viticultores do Douro alertaram, no dia 24 de julho, para uma possível “catástrofe social” devido a cortes no rendimento e no benefício de vinho do Porto, a par da impossibilidade de escoar as uvas, convocando uma manifestação para 7 de agosto.
“A Avadouriense, juntamente com a CNA – Confederação Nacional da Agricultura, decidiu hoje fazer [uma] manifestação por causa de três graves problemas que [podem originar] o princípio do fim da Região Demarcada do Douro”, afirmou à agência Lusa Vítor Herdeiro, presidente da Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense (Avadouriense), que tem sede em Vila Real.
Na véspera do conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), o responsável alertou para um possível novo corte de 20 mil pipas a transformar em vinho do Porto nesta vindima.
“Beneficiávamos de 120 mil pipas e, no ano passado, beneficiámos de 102 mil pipas, ou seja, já tinha existido um corte de 20 mil. Agora, querem [estabelecer um benefício] de cerca de 80 mil pipas”, afiançou.
Verificando-se esta redução, “estas uvas não entram como vinho do Porto e vão ter de entrar como vinho consumo”, um “grave problema” para os viticultores durienses que já sofreram um corte no rendimento por hectare.
“Estamos completamente contra o corte [no benefício] do vinho do Porto, porque já houve um corte, pela primeira vez na Região Demarcada do Douro, também no rendimento por hectare. Este ano só vamos poder [transformar] oito pipas por hectare no vinho tinto e cerca de nove pipas no vinho branco”, destacou.
Vítor Herdeiro adiantou, ainda, que alguns viticultores receberam cartas a indicar que o comércio, responsável pela exportação de vinho do Porto, não iria ficar com vinho este ano por existir excesso na produção.
“Estamos com medo que haja uma catástrofe social aqui na Região Demarcada do Douro. Isto é o princípio do fim, é pôr os pequenos e médios agricultores em risco. Há muitos médios agricultores que vivem praticamente só disto e vão ter uma situação gravíssima se não lhe ficarem com as uvas”, reiterou o dirigente.
Se o conselho interprofissional do IVDP aprovar o corte previsto no montante do benefício, a juntar ao corte no rendimento e ao facto de os produtores não poderem entregar as suas uvas às casas exportadoras, esta será uma situação “inédita” na Região Demarcada do Douro.
“Nunca aconteceu isto. Quando o Estado já introduziu, no ano passado, mais de oito milhões de euros para destilação do excesso de vinho, não se compreende como é que este ano ainda há excesso. Portanto, há vinho de outras regiões a entrar aqui”, frisou Vítor Herdeiro.
O responsável alertou para a necessidade de o Governo interferir e resolver estes problemas, com medidas “sérias e justas” dirigidas aos viticultores.
“O que nós pedimos é que o Governo introduza medidas específicas, que permitam que as casas exportadoras fiquem com as uvas dos viticultores e que não haja um corte de 20 mil pipas, o que representa um corte de 20 milhões de euros na Região Demarcada do Douro só este ano, fora as 20 mil que já nos cortaram há três anos, ou seja, é um corte de 40 milhões de euros se isto for avante”, alertou.
A manifestação dos viticultores durienses decorreu no Peso da Régua, a 7 de agosto, e teve como propósitos ver assegurado o escoamento das uvas e travar os cortes no rendimento e no benefício. O corte no benefício, que é a quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto, e é também uma das suas maiores fontes de receita, foi o mote para o protesto convocado pela Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense (Avadouriense), em conjunto com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
O conselho interprofissional do IVDP fixou o benefício nas 90.000 pipas (550 litros), o que representa um corte de 14.000 pipas na produção de vinho do Porto.
Vítor Rodrigues, da direção da CNA, explicou que a manifestação de dia 7 de agosto foi despoletada por um conjunto de fatores que estão a conduzir a Região Demarcada do Douro a uma “situação de pré-catástrofe”.
O anúncio de mais um corte no benefício foi o mote para o protesto, mas há mais problemas que afetam o território, como, salientou, o preço pago pelas uvas, que não “aumenta há cerca de 25 anos” quando os preços dos fatores de produção aumentaram exponencialmente, sobretudo nos últimos dois anos.
“Há a importação de vinhos e de aguardentes de fora da região, quando a região tem toda a capacidade para produzir todas as suas matérias-primas e, aliás, essa é uma reivindicações que trazemos hoje aqui à manifestação, é que todo o vinho do Porto seja feito com matérias-primas da região, incluindo as aguardentes”, frisou Vítor Rodrigues.
O dirigente apelou ainda à concretização das eleições para a Casa do Douro, para que esta possa cumprir o seu papel de “regulador da produção e dos ‘stocks’”.
Os viticultores percorreram a pé algumas das principais artérias da cidade, terminando o protesto na zona da estação.