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Clara Gomes - pediatra no Hospital CUF Viseu
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Joaquim Alexandre Rodrigues
A propósito do mês dos cancros dos sangue é importante esclarecer uma dúvida muito comum: a diferença entre leucemia e linfoma. Apesar de serem ambos cancros hematológicos, são distintos. Saiba como identificar cada um.
Primeiramente é importante contextualizar que o sangue é produzido na medula óssea – que se localiza dentro dos ossos – e é composto por várias células: glóbulos vermelhos (ou hemácias), glóbulos brancos (neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos) e plaquetas. O linfoma e a leucemia são dois tipos de cancros do sangue que apresentam algumas características distintas, como o tipo específico de célula alterada e o local do corpo onde se geram e desenvolvem. Contudo ambas as neoplasias têm células que podem circular pelo sangue e têm sintomas similares incluindo aumento indolor de gânglios/ baço, emagrecimento, suores noturnos, febre sem causa, cansaço, infecções, anemia e hemorragias.
O linfoma surge quando os linfócitos se tornam malignos e desenvolve-se nos gânglios linfáticos mas também em órgãos como o tubo digestivo, a pele, o sistema nervoso central entre outros, levando ao seu aumento. O diagnóstico faz-se com biópsia do local atingido. Classifica-se em vários tipos, cada um com nível de agressividade e comportamento distinto. A principal divisão dá-se entre linfoma de Hodgkin e não Hodgkin. O linfoma de Hodgkin é raro, apresenta-se habitualmente no adulto jovem e acima dos 60 anos e tem bom prognóstico quando tratado precocemente. O linfoma não Hodgkin é mais comum existindo dezenas de subtipos, pode surgir em qualquer idade mas é mais frequente no idoso. Divide-se ainda em agressivo e indolente. O agressivo pode levar à morte se não tratado precocemente e tem taxa de resposta variável mediante o subtipo. O indolente apresenta um crescimento lento, por vezes assintomático e sem dano, é incurável, mantendo-se apenas em vigilância.
No caso da leucemia, qualquer tipo de célula sanguínea pode estar na sua génese e origina-se na medula óssea. O diagnóstico faz-se por uma análise ao sangue/medula óssea (punção óssea no esterno ou bacia). Tem várias classificações e divide-se mediante a linha celular alterada em linfóide (linfócitos) e em mielóide (todas as restantes células) e pela agressividade em aguda (atinge qualquer faixa etária, evolução muito rápida e agressiva com elevada taxa de mortalidade mesmo com tratamento) e em crónica (faixa etária mais avançada, contudo alguns subtipos surgem em jovens, curso mais lento por vezes assintomático, podendo não necessitar de tratamento).
O que fazer? Ambos têm sintomas similares e inespecíficos, sendo necessário estar atento. Caso surjam queixas, principalmente alterações no hemograma (análises ao sangue), é aconselhável procurar um hematologista. A distinção entre linfoma e leucemia é importante, sendo o seu diagnóstico precoce e orientação correta fundamentais para aumentar a sobrevida. É igualmente fundamental o acompanhamento por uma equipa diferenciada para um melhor prognóstico da doença.
Paula Rocha, especialista em Hematologia Clínica no Hospital CUF Viseu
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Clara Gomes - pediatra no Hospital CUF Viseu
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