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O famoso humorista americano Roy Wood, no jantar de Correspondentes da Casa Branca, ironizou: “Em Paris, eles revoltaram-se porque não queriam trabalhar até aos 64 anos. Enquanto isso, na América, temos um homem de 80 anos a implorar por mais quatro anos de trabalho.” O homem é Joe Biden que anunciou a sua recandidatura à presidência. Biden apelou a que o deixem “terminar o trabalho” e brincou com a sua idade, comparando-se ao magnata Rupert Murdoch, dono da Fox News, de 92 anos: “Podem pensar que eu não gosto de Rupert Murdoch, mas isso não é verdade. Como posso não gostar de alguém que me faz parecer o Harry Styles” (famoso cantor e ator com 29 anos).
A política americana evidencia o quão enraizado está o idadismo nas nossas sociedades.
O idadismo – atitude de discriminação e preconceito com base na idade – afeta-nos ao longo da vida e agrava outras formas de discriminação: racismo, sexismo, capacitismo. Segundo o Relatório Mundial sobre Idadismo (OMS, 2021), 1 em cada 2 pessoas é idadista em relação às pessoas mais velhas.
Na SIC Notícias, no “Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer”, Pedro Mexia considerou, a este propósito, ser “difícil comentar sem ser idadista” e Carlos Vaz Marques questionou: “Será uma vitória do idadismo ou da falta de renovação política americana?”. No editorial (01/05/2023) do Diário de Notícias “Problema não é a idade de Biden e de Trump” (77 anos) o Diretor Adjunto, Leonídio Ferreira, escreve: “Portanto, as presidenciais americanas de 2024 vão ser disputadas de novo entre Biden e Trump muito provavelmente. Juntos, vão somar nessa altura 160 anos. Talvez o maior problema não seja a idade do próximo presidente americano, mas sim a óbvia incapacidade tanto nas fileiras democratas como republicanas de gerarem novos políticos, capazes de serem pelo menos consensuais no partido ao ponto de poderem também ambicionar um dia chegar à Casa Branca.”
A idade poderá não ser o maior problema, mas é uma questão muito séria para a opinião pública americana, como demonstra a sondagem realizada pela Hart Research. Quase ninguém parece querer ver uma sequela das anteriores eleições entre dois candidatos idosos. 70% dos americanos – incluindo 51% registados no Partido Democrata – preferem que Biden não volte a candidatar-se. No caso de Trump, a opinião negativa, quanto a uma nova candidatura, é de 60%, sendo 33% dos entrevistados identificados como republicanos. A principal preocupação dos americanos é a idade de Biden, preocupando-os muito mais do que a atual situação económica, com sucessivos momentos de aumento da inflação, o aumento da criminalidade ou a fracassada saída do Afeganistão.
Biden é o Presidente mais longevo de sempre, recandidatar-se-á com 82 anos e, se for reeleito, terminará o mandato com 86 anos. Já em 2020, nas anteriores eleições, Donald Trump utilizou a idade avançada do seu adversário como arma de arremesso político, sugerindo a possibilidade de Biden não estar na plenitude das suas faculdades.
Gina Montaner escreve no El Mundo (26/04/2023): “Apesar do ceticismo geral (a terceira idade não parece provocar grandes entusiasmos), os democratas pensam, apoiados pelas sondagens, que Biden terá a capacidade de derrotar novamente Trump, o mesmo poderá não suceder com um oponente mais jovem numa eleição geral. Por isso, neste dilema complexo, voltam a apostar que o «velho» Biden consiga vencer o «velho» Trump e as suas aspirações despóticas.” Na mesma edição, o periódico espanhol publica seis fotografias de “Presidentes Grisalhos” com mais de 70 anos: Lula da Silva (77, Brasil); Michael Higgins (82, Irlanda); Daniel Ortega (77, Nicarágua); Vladimir Putin (70 anos, Rússia); Sergio Matarella (81, Itália); Marcelo Rebelo de Sousa (74, Portugal).
A idade ainda será ou não um posto?
Também em Portugal vão surgindo ecos do idadismo latente na vida política. Recentemente, a deputada do Chega, Rita Matias, chamou “senil” a Edite Estrela (73 anos).
“Ser velho hoje é insulto” (José Pacheco Pereira, Mais uma vez a “peste grisalha” – uma “justiça” que é injusta, Público, 12/11/2022)
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