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A dois dias de arrancar a Divisão de Honra, o presidente da Associação de Futebol de Viseu (AFV) projeta um campeonato competitivo e garante que fora das fronteiras do distrito há já quem elogie a prova. Taça Sócios de Mérito volta ao modelo antigo e Divisão de Honra vai ser jogada por 16 clubes. No futsal, haverá playoff para decidir o campeão. José Carlos Lopes assegura que o apoio às instituições desportivas vai continuar e deixa claro que vai continuar a lutar por contas certas nos clubes. A iniciar um segundo mandato à frente da AFV assume o sonho de ver o distrito de Viseu representado na Primeira Liga de futebol
Todos os anos antevê um campeonato competitivo. Quando se refere a essa competitividade é nos jogos jogados ou nos resultados? No ano passado o primeiro classificado começou a ganhar margem pontual muito cedo…
A Divisão de Honra todos anos pauta-se por uma competitividade grande na formação de plantéis. Apesar de nos últimos anos haver vencedor antes da última jornada, nota-se que, no campeonato e nos jogos há bastante equilíbrio. Nós no distrito temos essa noção, mas fora do distrito todos reconhecem que Viseu tem um campeonato de elevada qualidade, com jogadores de nível de Campeonato de Portugal e o futebol praticado é de nível bastante elevado, na maior parte dos jogos.
Este ano a luta, prevê, vai ser mais intensa, com mais equipas a lutar pelo título?
Todos os anos, à partida há sempre várias equipas que não se assumem, mas todos sabem que, pelo investimento, querem lutar pela subida de divisão. E na certificação, ao contrário do que acontece noutras associações de futebol, muitas equipas se preparam para poderem competir no Campeonato de Portugal. Não temos tido dificuldade nos últimos anos. Há casos em associações em que os primeiros classificados do distrital não podem competir por não serem certificados. Os nossos clubes têm-se preparado não só na parte desportiva, mas em termos estruturais.
Dezasseis equipas na Divisão de Honra. Foi reduzido o número de clubes na divisão maior sénior. É este o melhor modelo, campeonato corrido com 16 clubes? É o que o presidente prefere?
É o modelo que vamos ter pela primeira vez enquanto presidente da Associação e que vigorava antes da pandemia. Era também um anseio de todos os clubes. Nos últimos dois anos temos feito reuniões com os clubes das várias divisões e todos queriam a Divisão de Honra com 16 equipas em campeonato corrido. E não podemos esquecer que vai voltar o modelo da Taça Sócios de Mérito por eliminatórias. A primeira é já dia 15 em que só estão os clubes da 1ª Divisão distrital. Em outubro entram os da Divisão de Honra.
No futsal foi adotado o sistema de playoff entre os quatro melhores clubes da fase regular. É o modelo indicado? Porque é que seguiram esta linha?
Foi uma das sugestões que os clubes nos apresentaram. Analisamos os prós e contras e tendo em conta o timing em que o campeonato de futsal tem de terminar, por causa da participação na Taça nacional, achámos que havia condições para o sistema de playoff. Não será a oito equipas como é na Primeira divisão, mas a quatro.
Este é um modelo que foi criado também por causa da redução do número de equipas no futsal?
Não, não tem a ver. A maioria dos clubes já queriam este modelo com 16 equipas. Achamos que assim poderá haver mais competitividade. Qualquer um dos quatro primeiros classificados pode ser campeão distrital. Também vamos ter uma Taça que envolve os clubes que ficarem entre o 5º e o 11º classificado. Como não há descida de divisão, os clubes queriam uma taça que lhes permita lutar por alguma coisa.
Por falar em Taça, mantém-se a Taça da 1ª distrital no futebol?
Sim, os clubes continuam a dizer que o modelo das três séries na 1ª Divisão é o melhor. Os mais bem classificados vão lutar pela subida e os restantes seguem para a Taça.
A redução do número de equipas no futsal preocupa-o?
Sim, tem diminuído no escalão sénior.
Há explicação para isso?
O futebol continua a ter mais investimento. Nas camadas jovens de futsal, traquinas e petizes, há um aumento brutal de praticantes. Vai demorar ainda alguns anos para isso se verificar nos seniores. Um dos motivos para haver menos equipas seniores pode estar ligado com o facto de o campeão distrital não subir diretamente aos nacionais. Temos lutado por isso, mas a Federação, até ao momento, mostrou-se irredutível. Os 22 presidentes das associações distritais não concordam com isto. O campeão distrital apura-se para uma Taça, jogando num grupo de quatro equipas, de acordo com a geografia. Viseu calha sempre com Aveiro e Porto. Havendo três divisões nacionais de futsal, não subir o campeão distrital, beneficia as grandes associações, sobretudo do litoral.
Os clubes continuam a assumir que sentem dificuldades em reter talento por causa da interioridade. É só esta a preocupação que os clubes lhe transmitem?
Depois de concluída a Academia de futebol distrital, temos tido preocupação em relação aos nossos clubes. Em média, por ano, inscrevem-se mais 50 equipas, de futebol e futsal. Sentimos que o apoio aos clubes deveria ser maior, para que conseguissem ter condições para evoluírem. A lista de apoios no ano passado foi de 105 mil euros para todos os clubes, de acordo com vários critérios de atribuição. Como houve aumento de praticantes, aumentamos os apoios em 20%, na ordem dos 130 mil euros. É caso inédito em termos nacionais e está ligado à gestão da Associação de futebol de Viseu. Conseguimos ter lucro, que foi distribuído pelos clubes.
Falamos das finanças da Associação, mas também há as finanças dos clubes. Lembro-me de me dizer que um dos seus objetivos é que haja cada vez menos dívidas dos clubes à Associação. Como é que é está essa situação?
Há um regulamento financeiro e os clubes mensalmente recebem a conta corrente e pagam. Chegando a julho, os clubes para se filiarem ou inscreverem, ou liquidam a conta ou estabelecem um contrato com a Associação para pagamento faseado. E foi isso que no ano passado e este ano fizemos. A maioria dos clubes tem dívida zero. E os que combinaram pagar faseado, estão a cumprir os pagamentos. E quem não cumprir sujeita-se ao regulamento financeiro. Os clubes sabem disso. É uma questão de verdade desportiva.
Falamos agora de infraestruturas desportivas. Viseu é um distrito muito sensível em questões de chuva. E tem também alguns relvados naturais. Esta é uma matéria em que os clubes se mostram apreensivos?
É um dos constrangimentos que temos. O crescimento é tão elevado, os clubes têm cada vez mais praticantes que precisam ter melhores infraestruturas. A Associação tem vindo a sensibilizar as câmaras. A necessidade de infraestruturas é sinónimo de crescimento.
Há alguns projetos em curso na Associação de Futebol de Viseu sobretudo para incluir pessoas em torno do futebol e do futsal. Quais é que destaca?
Para além dos torneios de traquinas e petizes que têm grande impacto e é onde se começa a formar os novos atletas, temos o Walking Football. Foi criado pela Federação no ano passado e nós, a nível nacional, conseguimos terminar a época em segundo lugar no número de inscritos em geral e em primeiro lugar no feminino. A ideia é criar um torneio mensal este ano de futebol jogado a andar. Com um protocolo com o IPV, organizámos o torneio de futsal académico masculino e tivemos as bancadas cheias. Queremos lançar este ano dois projetos ligados aos E-Sports e introduzir o futebol veterano. Se não houver um campeonato nos veteranos, pelo menos um encontro.
Volta e meia, no futebol de formação e no futebol sénior há episódios de racismo e outras formas de discriminação. Deveria aumentar o número de sessões de alerta?
Um dos pontos da certificação dos clubes é a ética e todos têm trabalhado bem nessa área. E daí também termos na Associação uma classificação mensal sobre fairplay. É uma forma de sensibilizar.
Hoje a Associação de Futebol de Viseu é ouvida nas instâncias próprias? Vive um momento robusto?
As associações são todas ouvidas. Todos temos a nossa intervenção e vamos sendo ouvidos, mas o poder de decisão cabe à Federação. Muitas vezes somos apenas ouvidos, mas depois os técnicos decidem. A Associação de Futebol de Viseu foi das que mais cresceu nos últimos anos. E claro que nós, como todas as outras associações, gostávamos de ser mais ouvidos. É um facto.
Está a iniciar um segundo mandato à frente da Associação de Futebol de Viseu. Tem alguma obra física ou uma ambição que gostasse de concretizar?
A Academia de Futebol distrital tem neste momento ocupação total: manhã, tarde e noite. Em termos de obras, há manutenção na Academia para fazer. Além disso, na parte desportiva, o meu sonho era ter Académico e Tondela na Primeira divisão, mais clubes nos nacionais de futebol e voltar a ter uma equipa de futsal na Primeira. O meu papel é continuar a cumprir o que prometi aos clubes nas eleições: dedicação, proximidade e transparência.