Em Cambra, uma das freguesias mais antigas do concelho de Vouzela, há…
Neste episódio de A Comer é que a Gente se Entende aprenda…
Uma aldeia que se fechava aos lobos, é hoje o lugar escolhido…
No próximo sábado, dia 19 de outubro, a Biblioteca Municipal de Viseu será palco de uma sessão comemorativa para assinalar o centenário de Amílcar Cabral, figura marcante no século XX. O evento é organizado pela associação SOS Racismo e inclui uma programação cultural diversa, com exibições, debate e música ao vivo.
A iniciativa tem início as 17h00 com a projeção dos documentário “Conakry” de Filipa César e “O regresso de Amílcar Cabral” de Djalma Fettermann, Flora Gomes, José Bolama, Josefina Crato e Sana na N’Hada, Após as exibições, haverá um debate moderado por Elizabeth Olegário, especialista em temas relacionados com a descolonização e o racismo. A noite encerra com um espetáculo musical, de Carlos Clara Gomes.
O evento que tem como principal objetivo prestar uma homenagem a Amílcar Cabral, proporciona também a reflexão do impacto que a luta que travou teve nos dias de hoje, essencialmente na luta contra o racismo e igualdade de direitos.
Quem foi Amílcar Cabral ?
Amílcar Cabral foi um dos líderes africanos mais ativos na luta contra o colonialismo do século XX.
Nascido em 1924, na Guiné-Bissau, filho de cabo-verdianos, muda-se para Portugal, em 1945, para estudar em Lisboa. Único estudante negro na turma que frequentava, formou-se como Engenheiro Agrónomo no Instituto Superior de Agronomia.
É na capital Portuguesa que tem contacto com grupos antifascistas e conhece Mário Pinto de Andrade, Agostinho Neto e Marcelino dos Santos na Casa dos Estudantes do Império.
Em 1955, Amílcar Cabral participa da Conferência de Bandung, um marco nas lutas anticoloniais, e em 1959, junto com Aristides Pereira, Luís Cabral, Fernando Fortes, Júlio de Almeida e Elisée Turpin, funda o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
No dia 3 de agosto de 1959, o Partido (PAIGC) lidera a greve dos trabalhadores do Porto de Pidjiguiti, marcada pela repreensão das autoridades coloniais portuguesas, resultando na morte de dezenas de manifestantes.
A 23 de janeiro de 1963, inicia a luta armada contra o colonialismo português, com o ataque ao quartel de Tite, no sul da Guiné-Bissau.
Dez anos depois, a 20 de janeiro de 1973, pouco antes da independência da Guiné-Bissau ser formalmente alcançada, Amílcar Cabral é assassinado em Conacri, por dois membros de seu próprio partido.
Apesar da morte precoce, a luta que travou contra o anticolonialismo africano continua a ser exaltada nos dias de hoje. Em 2020, foi reconhecido como o segundo maior líder mundial na história da humanidade, de acordo com a “BBC World Histories Magazine“.