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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
As várias camadas de uma mãe são mostradas esta sexta-feira (23 de fevereiro) no palco do Teatro Viriato, em Viseu, durante um espetáculo da companhia Mochos no Telhado que tem uma relação íntima com a vida de quem o criou.
“Mãe” é o nome do espetáculo e também uma palavra repetida inúmeras vezes durante 90 minutos pelas atrizes Ana Vargas, Joana Gomes Martins e Sofia Moura.
As três foram mães recentemente e tiveram de dividir o tempo pela criação quer do espetáculo, quer dos seus bebés, “uma particularidade que modelou todo o processo desde o início e que fez com que elas se tivessem de se amparar e ser bastante unidas”, explicou aos jornalistas Dennis Xavier, diretor e fundador da Mochos no Telhado.
O processo “começou ativamente em julho, mas já antes tinha tido a sua fase de conceção e de pensamento”, referiu Sofia Moura, no final de um ensaio para a imprensa.
A atriz contou que a relação que tem com a sua mãe é forte e sempre a fez pensar sobre a questão do amor entre mãe e filhos.
“Sendo eu própria mãe isso tomou outra proporção e ganhou outra urgência. De repente, não estou só a ver de um lado, estou a ver dos dois, tenho a experiência dos dois lados”, sublinhou.
A criação foi avançando a par de muitas noites em branco, com o consequente cansaço e a mistura de emoções que muitas mães sentem no dia-a-dia. Esta realidade foi abordada durante o espetáculo, através da exibição de uma longa “bula” do “maior amor do mundo”, na qual estavam enumerados os muitos “efeitos secundários”.
Durante o processo de criação, foram entrevistadas cinquenta mulheres – de vários países, culturas e condições socioeconómicas – sobre o que é ser mãe e surgiram muitas repostas diferentes, tendo essa multiplicidade de experiências sido usada na dramaturgia.
“Há tantas respostas quantas o número de pessoas que se entrevistam. E mesmo cada pessoa se calhar tem várias respostas dentro de si, uma hoje, outra amanhã”, frisou Ana Vargas.
Sofia Moura referiu que surgiu o conceito de “uma coisa que se abre”, como uma cebola com as suas camadas: “tem o exterior, a imagem que tínhamos antes de sermos mães, depois se abrimos tem a camada das expectativas da sociedade, a camada de culpa que sentimos todos os dias, a camada da frustração”.
Quer a cenografia, quer os figurinos do espetáculo foram inspirados nesta ideia das camadas. A composição sonora, que é transversal a todo o espetáculo, é da autoria de Ana Bento, mãe de quatro filhos.