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Teletrabalho na UE

 Teletrabalho na UE
27.08.21
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O teletrabalho tem tido um especial enfoque desde o começo da pandemia despoletada pelo vírus SARS-CoV-2. De facto, desde que a Covid-19 atingiu a Europa, o trabalho a partir de casa tornou-se algo vulgar, ganhando alguma relevância no mercado laboral. Tal facto pode ser sustentado através dos dados disponibilizados pela Eurofound, dos quais se salienta que cerca de 40% das pessoas que trabalham atualmente na UE-27 começaram a fazê-lo a tempo inteiro remotamente, por causa do contexto sob o qual vivemos.
Antes da chegada da pandemia, a população da União Europeia em teletrabalho total ou parcial representava apenas 10% do total da população ativa. Nos dez anos que antecederam a crise sanitária que enfrentamos, o teleworking registava uma tendência lenta de crescimento, sendo que apenas 15% da população empregada na União Europeia já tinha experienciado, pelo menos uma vez, o teletrabalho – o que justifica o número considerável de trabalhadores e empregadores a enfrentarem desafios com a implementação desta nova realidade. É de salientar que a prevalência do teletrabalho varia não só entre setores, bem como entre profissões, tendo sido particularmente elevado em serviços intensivos em conhecimento e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), onde cerca de 40% dos funcionários já trabalhava a partir de casa regularmente, na UE-27. Em contrapartida, esta percentagem era menos representativa no que diz respeito a serviços administrativos e às profissões que exigem uma maior mão-de-obra, tal como aquelas envolvidas nos processos de fabrico.
Desde 2019, países nórdicos como a Suécia e Finlândia, cujas economias são mais desenvolvidas e digitais (ambos com elevadas quotas de empregabilidade em serviços TIC), tinham cerca de 30% dos seus empregados a trabalhar regularmente a partir de casa, o que, quando comparado com a taxa verificada em França e Portugal – a qual variava entre os 15% e 24% -, se destacava pela positiva.
A verdade é que existem alguns fatores capazes de explicar a variabilidade da recorrência ao teletrabalho nos Estados-Membros da UE. Destacam-se, como inicialmente mencionado, as diferenças dentro dos setores, porque as suas composições podem ser diferentes, regionalmente. Outra justificação dada é que o acesso ao teletrabalho depende, também, dos métodos de gestão, supervisão, organização de trabalho e políticas específicas de cada país, relativamente à flexibilidade providenciada. Além do elencado, a dimensão das empresas é uma variável explicativa da adoção ao teleworking, no sentido em que, quanto maiores são as empresas, maior será a propensão a adotar este regime.
Com a conjuntura atual, a percentagem de teleworkers foi registando um crescimento até julho de 2020, onde representava cerca de 50% do total da população ativa. Contudo, os diferentes Estados-Membros da UE foram verificando evoluções diferentes neste contexto, sendo a Bélgica o país onde a percentagem de teletrabalhadores é mais elevada (superior a 50%), seguindo-se a Irlanda, Itália, Espanha e França, com níveis acima dos 40%. Portugal surge apenas em sexto lugar, com quase 40% de teletrabalhadores.
No início da pandemia, houve um agravamento da divisão entre aqueles que podiam facilmente transitar para o trabalho a partir de casa e aqueles que não o podiam fazer. Tudo isto provoca um aumento nas desigualdades, até porque o salário mensal médio de indivíduos altamente qualificados – que, na sua maioria, se encontram a trabalhar remotamente – é, de acordo com o Eurostat, mais do dobro daqueles que têm de trabalhar no local. Isto evidencia que os trabalhadores mais bem pagos têm, de facto, uma maior facilidade perante aquela que é a transição digital laboral.

Apesar desta temática não ser desconhecida, a União Europeia ainda tem alguns desafios pela frente para tornar este sistema mais justo e eficaz, uma vez que há prazos a cumprir na entrega de trabalhos, mexendo, consequentemente, com o bem-estar e a produtividade dos trabalhadores. A verdade é que estas últimas duas questões estão extremamente relacionadas, porque, se por um lado, o teletrabalho pode providenciar um melhor equilíbrio entre vida privada e profissional, por outro, pode levar a que outras preocupações sejam despoletadas, tais como a inadequabilidade dos materiais necessários, a incerteza sobre quem recai a responsabilidade de suportar possíveis gastos acrescidos e a falta de cuidados infantis. Subsequentemente, a produtividade será afetada, quer positiva, quer negativamente.
Portanto, todo este tema exige especial atenção e preocupação, devendo ser analisado numa ótica custo-benefício. A médio e longo prazo, as consequências da atual pandemia poderão acentuar ainda mais as desigualdades existentes, diminuir o controlo sobre a performance dos empregados e reduzir as relações interpessoais. Contudo, ao invés, isto pode auferir uma melhor conciliação das dimensões da vida de cada um, reduzindo, em parte, a poluição (ao evitar os deslocamentos de carros e transportes públicos) e, também, em certos casos, aumentar a produtividade.

A derradeira questão que se levanta é: iremos continuar num regime de teletrabalho, numa fase posterior ao contexto pandémico? Ou este método é apenas tendencial?
A resposta é que o teleworking veio para ficar. O que se conclui é que no futuro, apesar de estar previsto que este método represente uma menor proporção face ao período atual, passará a ocupar uma maior quota comparativamente ao período de pré-pandemia. A verdade é que as empresas europeias perspetivam que, dentro de três anos, cerca de 29% dos seus funcionários ainda irão trabalhar remotamente, o que contrasta com os 38% atuais.

Catarina Alves, Cláudia Monteiro, Catarina Raro

Referências
https://www.dn.pt/sociedade/pandemia-enviou-quase-metade-da-populacao-ativa-da-ue-para-teletrabalho-13431049.html
https://observador.pt/2021/03/08/presidencia-da-ue-pandemia-enviou-quase-metade-da-populacao-ativa-da-ue-para-teletrabalho/
https://ec.europa.eu/jrc/sites/default/files/jrc120945_policy_brief_-_covid_and_telework_final.pdf

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