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Com a discussão do Orçamento do Estado para 2022 na audição parlamentar da equipa do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, o PS concordou com uma proposta do Livre para colocar em prática um projeto piloto com a semana de quatro dias de trabalho.
Há muito que se tem falado sobre as 30 horas semanais de trabalho e como isso poderia trazer as suas vantagens, para os trabalhadores e para a respetiva economia. No largo do Rossio, vários viseenses contaram ao Jornal do Centro as suas opiniões sobre os efeitos que a nova medida poderá trazer às empresas portuguesas, se concordam com a nova forma de trabalho e quais as respetivas vantagens e desvantagens.
Entre a correria do dia a dia habitual nas ruas da cidade-jardim, encontrámos Cátia Gonçalves, de 25 anos. Atualmente empregada, a mulher afirma que a medida devia avançar em Portugal, sem alterar os salários, como forma de incentivo para os mais jovens. “É uma boa iniciativa para estimular os trabalhadores e o pessoal jovem, para além de que a produtividade seria melhor. Sinto-me desmotivada ao ir trabalhar cinco dias por semana e a receber um ordenado mínimo, pois as rendas e a alimentação estão tão caras. Nesta situação não devem alterar os salários”, disse.
Já Isabel Sachim, de 55 anos, não concorda com a proposta em vigor e diz que o medo de o salário diminuir é maior que o número de horas de trabalho, ao qual já está habituada. “Não concordo, porque quanto mais trabalharmos mais produzimos. Com esta medida o salário pode diminuir, por isso devemos manter os cinco dias de trabalho”, afirmou.
De um ponto de vista masculino, o emigrante Pedro Almeida refere que apesar dos custos que os países poderiam apresentar com a implementação deste plano, pelo menos a quarta-feira devia funcionar como um dia de folga. “Estou de acordo com esta medida, porque devia haver um dia a meio da semana para descanso e lazer, como a quarta-feira. Não sei que custos económicos traria, mas os trabalhadores obrigatoriamente que teriam de se empenhar mais nas suas funções, se chegarem a ter mais um dia de folga”, explicou.
Também a esposa, Rita Almeida, disse que com apenas quatro dias de atividade, os trabalhadores estariam mais flexíveis para trabalhar e menos frustrados. “As pessoas iriam ter mais disponibilidade para elas próprias e para a família, e conseguiam produzir mais na empresa porque estão flexíveis com o trabalho e menos nervosas. Portugal devia começar a preparar-se para implementar esta iniciativa ou pelo menos fazer a experiência com as empresas”, contou.
Estudantes aprovam, mas duvidam de Portugal
Ao fim da tarde, muitos foram os jovens que se viram passar nas ruas, muitos deles estudantes, como é o caso de Ana Pereira, de 21 anos. Disponível para falar sobre o tema em debate, afirma que apesar de ser estudante compreende a falta de descanso que muitas pessoas apresentam no trabalho. “Com mais descanso, as pessoas estariam com outro ânimo para trabalhar por saberem que só iriam trabalhar apenas quatro dias. Já o salário devia ser igual, porque os trabalhadores continuam a manter o seu profissionalismo, mas infelizmente Portugal desvaloriza os direitos dos trabalhadores”, aponta.
Com uma visão diferente, conhecemos Ticiana Cardoso que apresenta sérias dúvidas sobre a implementação desta medida. “Como já é hábito trabalhar-se os cinco dias, não sei se acaba por fazer alguma diferença, além de que o país não está preparado para este plano. Só se os outros países adotarem os quatro dias, é que Portugal vai pensar em executá-lo”, afirma.
Já Francisco Rodrigues, ex-empregado e atualmente estudante, afirma que com a experiência, trabalhar quatro dias por semana poderia trazer vantagens para todas as pessoas. “Apesar de ser estudante, já trabalhei por turnos durante quatro dias seguidos. Tinha folga ao quinto dia, por isso andava mais motivado e senti que isso foi bom para mim e para a empresa”, revela.
Por sua vez, Daniela Rocha (19 anos) acredita que há muito trabalho pela frente para se conseguir este plano. “O país não está ainda preparado para implementar os quatro dias por semana, mas é preciso trabalhar nesse sentido. Os salários deviam-se manter e o descanso funcionar como uma forma de incentivo”, frisa.
O programa piloto aprovado, prevê que para além desta nova carga horária, o uso do teletrabalho também poderá vir a ser discussão. A ideia está a ser bem recebida em países como a Bélgica, Espanha, Suécia, Islândia e Nova Zelândia que estão, de momento, a testar o novo modelo de organização do trabalho.
*Patrícia Lourenço (em estágio curricular)