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Trinta, a aldeia da Serra da Estrela onde nasceu o cobertor de papa | Aldeias com História

 Trinta, a aldeia da Serra da Estrela onde nasceu o cobertor de papa | Aldeias com História - Jornal do Centro
21.11.24
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 Trinta, a aldeia da Serra da Estrela onde nasceu o cobertor de papa | Aldeias com História - Jornal do Centro
19.04.25

No coração da Serra da Estrela, a pequena aldeia de Trinta, no concelho da Guarda, guarda memórias de um passado vibrante, onde a indústria de lanifícios foi o sustento de gerações. Apesar das mudanças ao longo do tempo, a aldeia resiste, mantendo vivas as suas tradições e o legado da tecelagem que a tornou famosa.

O cobertor de papa: um ícone de Trinta

O ditado popular “Deus dá o frio conforme o cobertor” ganha um significado especial em Trinta. Foi aqui que nasceu o cobertor de papa, conhecido por ser o mais quente e denso agasalho português. Produzido a partir da lã das ovelhas bordaleiras da Serra da Estrela, este cobertor tornou-se um símbolo da região e um produto de alta qualidade apreciado em todo o país.

A pastorícia sempre foi uma atividade essencial para a aldeia. Manuel, um dos poucos pastores que ainda resistem na profissão, começou a guardar ovelhas aos sete anos de idade, seguindo uma tradição familiar que remonta aos seus avós. Ele recorda com nostalgia os tempos em que havia cerca de 90 pastores na aldeia, número que hoje se reduz a apenas quatro. “As ovelhas eram o sustento de toda a gente, assim como as batatas e o vinho, tudo cultivado por nós”, conta.

A Indústria de Lanifícios: das fábricas ao património histórico

Nos tempos áureos da indústria de lanifícios, Trinta contava com sete fábricas em funcionamento, empregando centenas de pessoas. Carlos, que trabalhou durante 22 anos numa dessas fábricas, recorda-se dos tempos em que o setor era a alma da aldeia. “Os campos eram todos cultivados, as fábricas estavam cheias de trabalhadores. Agora, essas mesmas fábricas são apenas memória”, lamenta.

Um dos edifícios mais emblemáticos desse património industrial é o Engenho Grande, uma fábrica movida a força hidráulica que marcou o início da produção têxtil na aldeia. Graças à indústria, Trinta foi uma das primeiras aldeias de Portugal a ter energia elétrica, impulsionada pelo próprio rio Mondego.

As belezas naturais de Trinta

Para além do património industrial, Trinta oferece paisagens de cortar a respiração. A barragem do Caldeirão, inaugurada em 2019, transformou-se num refúgio para visitantes, com uma praia fluvial e piscina flutuante, ideal para quem procura lazer em plena natureza.

Outro ponto de destaque são os Passadiços do Mondego, que atravessam várias aldeias da região, conectando património histórico e beleza natural num percurso de 12 km. “Para aproveitar bem este projecto, é preciso vir com tempo e boas pernas”, brinca Carlos Fonseca, presidente da União de Freguesias de Trinta e Cerdeira.

Tradições e hospitalidade

O povo de Trinta sabe bem receber. Para quem visita a aldeia, há opções de alojamento confortáveis, como a Casa da Glória, o primeiro turismo rural da aldeia. Dona Glória, que desde 2001 acolhe hóspedes com carinho, reforça o que muitos procuram: “Silêncio, descanso e a sensação de se sentirem em casa”.

Na gastronomia, o restaurante Madeiras é um ponto de paragem obrigatória, servindo especialidades como nacos de vitela com queijo da Serra, cabrito assado e lombinho de porco com presunto, sempre acompanhados pelos melhores produtos da região.

O legado da tecelagem manual

Seis fábricas têxtis existiram em Trinta, mas a arte da tecelagem ainda resiste graças a artesãos como José Marques. Antigo operário fabril, dedicou a sua vida aos teares, passando da fábrica para a produção artesanal. “Tudo começou como uma brincadeira. Resolvi construir um tear, e hoje não paro de criar”, conta.

Trinta: um convite ao regresso

Apesar das mudanças, Trinta não perdeu a sua identidade. Com paisagens deslumbrantes, tradições ricas e um povo acolhedor, a aldeia continua a ser um tesouro no coração da Serra da Estrela. Como canta o povo local: “Venham visitar Trinta e voltem sempre que quiserem”.

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