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1. Em 2021, a ministra das finanças da Suécia admirou-se com a docilidade dos contribuintes portugueses que pagavam, e pagam, IRS com língua de palmo, enquanto milhares de reformados nórdicos, a habitarem em Portugal com as suas pensões nórdicas, não pagavam, nem pagam, a ponta de um chavelho.
Magdalena Andersson, ministra de um país onde há uma sociedade civil forte que nunca aceitaria este forrobodó, gozou os sofridos pagadores de impostos portugueses desta maneira: “de uma perspectiva sueca, é muito interessante (observar) a forma como os cidadãos comuns em Portugal aceitam isto. É fascinante. Se um paciente sueco e um paciente português estiverem lado a lado num hospital, o português pagou impostos pelos dois, porque os suecos têm todos os direitos — cuidados de saúde, transportes públicos —, mas não pagam impostos”.
Quando finalmente largarem o caso de turismo de saúde que canibalizou o Hospital de Santa Maria em quatro milhões de euros e salpicou o presidente da república, era bom que os nossos media investigassem a sério se — para além dos “residentes não habituais”, nórdicos e não nórdicos — não haverá mais mundos no mundo a meterem-se em aviões para virem aproveitar a generosidade do nosso SNS.
2. É já neste fim-de-semana que 60 mil militantes do PS com as quotas em dia vão poder escolher qual o candidato socialista a primeiro-ministro.
A campanha interna destas primárias teve um pecado original: Pedro Nuno Santos recusou-se a debater com os outros dois candidatos. Isto é, falhou clamorosamente o teste do algodão democrático.
Os militantes socialistas estão perante um dilema:
— votam no esquerdista Pedro Nuno Santos, o candidato preferido das lideranças intermédias que mandam nas concelhias e nas distritais?
— votam em José Luís Carneiro, o candidato moderado capaz de atrair o eleitorado central, onde há 17% de indecisos segundo a última sondagem ICS/ISCTE?
Na hora do voto, os socialistas vão pensar no telefonema do “chefe” da concelhia ou vão pensar no país? Já falta pouco para se saber.
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André Marinho
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