Rimas Sociais, um podcast que dá voz às causas sociais urgentes através…
Neste episódio de “A comer é que a gente se entende”, descobrimos…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
A Casa da Cultura de Santa Comba Dão vai acolher, no próximo sábado, 19 de julho, pelas 15h00, a sessão pública de apresentação do livro “Cadeia de Caxias — A repressão fascista e a luta pela liberdade”. O evento contará com a presença de José Pedro Soares, ex-preso político e dirigente da URAP — União de Resistentes Antifascistas Portugueses.
A obra reúne os nomes de mais de 10 mil homens e mulheres que, entre 1936 e 1974, foram presos pela PIDE, a polícia política do Estado Novo, na Cadeia de Caxias — uma das prisões mais emblemáticas da repressão fascista em Portugal. O livro surge como um contributo para a preservação da memória coletiva e como homenagem a todos os que, naquele período, enfrentaram a censura, a perseguição e o encarceramento por defenderem a liberdade e os direitos democráticos.
Segundo a URAP, esta apresentação assume especial importância no atual contexto, onde se sublinha a necessidade de manter viva a história da resistência antifascista e de valorizar os princípios fundamentais da democracia e dos direitos humanos.
José Pedro Soares, que também passou pela Cadeia de Caxias enquanto preso político, partilhará testemunhos sobre o ambiente prisional, os métodos de repressão e o papel determinante da solidariedade entre os resistentes à ditadura.
A sessão decorre na Sala de Exposições da Casa da Cultura de Santa Comba Dão, numa altura em que a autarquia deixa em andamento o Centro Interpretativo do Estado Novo.
Em fevereiro deste ano, a Câmara de Santa Comba Dão assinou o protocolo de cooperação com a associação Ephemera para a concretização do Centro Interpretativo do Estado Novo, um projeto defendido pela autarquia do concelho onde nasceu António de Oliveira Salazar, mas que tem merecido polémica nos últimos anos e a oposição da URAP.
Na altura, o presidente da autarquia e Pacheco Pereira (fundados da Ephemera) asseguravam que esta cooperação pretendia “, “pretende “acabar de vez com qualquer suspeita de saudosismo da ditadura, que gorou tentativas anteriores, e abrir caminho ao estudo histórico de todos os aspetos políticos, militares, biográficos, económicos, sociais, culturais e iconográficos desse período”.
Há quase duas décadas que os executivos camarários – primeiro liderados pelo social-democrata João Lourenço e depois pelo socialista Leonel Gouveia – falam do projeto, argumentando que seria uma forma de alavancar o desenvolvimento turístico.
A ideia do centro interpretativo remonta a 2018, quando a Câmara de Santa Comba Dão anunciou o projeto inicialmente em parceria com o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (UC) e como parte da Rota das Figuras Históricas da ADICES – Associação de Desenvolvimento Local. Mas, cerca de duas décadas antes, já se falava no “museu Salazar”.
O projeto mereceu tanta polémica que a União de Resistentes Antifascistas Portugueses apresentou duas petições na Assembleia da República contra o projeto: em 2009, com 16 mil assinaturas, e em 2020, com 11 mil assinaturas. Entretanto, as parcerias com a UC e a ADICES caíram por terra, mas a Câmara de Santa Comba Dão sempre defendeu a viabilidade do projeto.