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Viseu que já não existe: os lugares que nem todos conheceram

Espaços que outrora deram vida a Viseu, como o Cine-Rossio ou o Casino são recordados pelas memórias de quem os conheceu de perto

Carolina Vicente
 Viseu que já não existe: os lugares que nem todos conheceram - Jornal do Centro
19.10.24
fotografia: Foto Germano
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 Viseu que já não existe: os lugares que nem todos conheceram - Jornal do Centro
19.10.24
Fotografia: Foto Germano
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 Viseu que já não existe: os lugares que nem todos conheceram - Jornal do Centro

No coração de Viseu, há espaços que um dia foram essenciais para a vida da cidade, mas que hoje vivem apenas nas memórias de quem outrora os conheceu. O Cine-Rossio, o Casino de Viseu e a Rua Formosa são três desses lugares. No livro “Sempre é Tempo”, José Carlos Almeida recorda como estes espaços marcaram a sua juventude e a de muitos viseenses, trazendo à tona histórias que, com o passar do tempo, parecem quase esquecidas.

Cine-Rossio: o centro das tardes de cinema

 Viseu que já não existe: os lugares que nem todos conheceram - Jornal do Centro

O Cine-Rossio abriu as suas portas em 1952, e rapidamente se tornou um ponto de encontro na cidade. Era um edifício imponente, localizado junto ao Jardim Tomás Ribeiro. Para José Carlos Almeida, que tinha apenas 9 anos na altura da inauguração, o Cine-Rossio transformou-se num dos locais mais importantes da sua infância. “Conheci todos os recantos do Cine-Rossio. Adorava, particularmente, a cabine de projeção de filmes, local que facilmente atrai qualquer criança”, recorda no seu livro.

 Viseu que já não existe: os lugares que nem todos conheceram - Jornal do Centro

Durante cerca de dez anos, o autor assistiu a filmes nas suas tardes e noites de folga. Era um lugar mágico para ele e para muitos jovens da cidade. Mas com o passar dos anos, as coisas mudaram. A partir dos anos 60, o Cine-Rossio foi a única sala de espetáculos ativa em Viseu, até que fechou as portas em meados de 1983. Em 1994, o edifício foi demolido, e hoje no lugar do antigo cinema encontramos uma conservatória e uma discoteca. O cinema que trouxe tantos momentos de diversão e sonho desapareceu, mas não da memória dos que, como José Carlos Almeida, viveram intensamente cada sessão de filmes.

Casino de Viseu: o glamour que já foi

 Viseu que já não existe: os lugares que nem todos conheceram - Jornal do Centro

No início do século XX, Viseu tinha um casino. Era um lugar onde as pessoas iam para se divertir, para apostar e, quem sabe, perder fortunas. O Casino de Viseu ficava na Rua Conselheiro Afonso de Melo, e era frequentado por uma classe de comerciantes que, na época, começava a ter uma grande influência na cidade. José Carlos Almeida relembra que “a existência de um Casino, indica-nos a presença de uma classe de comerciantes que cada vez vinha assumindo um papel de maior relevo nos destinos da cidade”.

 Viseu que já não existe: os lugares que nem todos conheceram - Jornal do Centro

Este grupo de comerciantes foi responsável por grandes mudanças em Viseu, desde a chegada da linha ferroviária Vouguinha, até à fundação do Teatro da Boa União, mais tarde conhecido como Teatro Viriato. Com o tempo, o casino deixou de existir e o edifício foi transformado. Na década de 1950 e 60, ali funcionava um armazém de fazendas, e hoje, no mesmo espaço, está uma agência do Novo Banco, restando pouco do glamour de outros tempos.

Rua Formosa: um lugar de encontros

Se havia um lugar em Viseu que todos conheciam e onde todos queriam estar, esse lugar era a Rua Formosa. Nos princípios do século XX, esta rua tornou-se o centro da vida social e económica da cidade, ligando o Rossio a uma nova centralidade que não parava de crescer. Para José Carlos Almeida, a Rua Formosa foi um lugar de encontros, não só de negócios, mas também de afetos. “Fazia-se picadeiro na Rua Formosa, local de passagem das colegas na ida como na vinda do Liceu”, conta o autor, descrevendo uma época em que os rapazes esperavam por ali apenas para ver as raparigas passar.

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A rua, que se encheu de comércio, bancas de advogados, consultórios médicos e cafés, era onde “quem queria prosperar nos negócios do comércio, o prato forte da actividade local, disputava um espaço”. Lojas como a Marques & Vieira, com a sua enorme variedade de fazendas e acessórios para costura, atendiam à crescente clientela que procurava as últimas novidades da moda.

Com o crescimento da cidade e a criação de novas áreas comerciais, a Rua Formosa perdeu a sua centralidade. “Perdeu importância a Rua Formosa, assim como o Rossio”, lamenta o autor, ao refletir sobre o desenvolvimento urbano que levou ao despovoamento do centro tradicional de Viseu.

A memória preservada em “Sempre é Tempo”

O livro “Sempre é Tempo”, de José Carlos Almeida, é uma viagem pela cidade de Viseu de outrora. Com o olhar de quem viveu intensamente a cidade na década de 1950 e 60, o autor partilha as suas memórias pessoais, apoiadas em fotografias antigas que documentam uma Viseu que já não existe. Mas não é só um livro de nostalgia. Liz Vahia diz, no prefácio da obra, “o registo destas memórias não serve apenas para olhar para o passado e reconstruir o ‘como foi estar lá’, este relato serve antes de mais para nos impelir para a frente, dando-nos um suporte onde nos apoiarmos”.

Com fotografias a preto e branco que revelam uma cidade em transformação, o autor constrói um retrato de uma época em que Viseu começava a acordar para a modernidade. No entanto, há uma preocupação constante com o futuro. O autor do livro questiona se o caminho escolhido para o desenvolvimento da cidade é o mais adequado. “O rumo que se tomou em Viseu é bem diferente do que julgo ser desejável”, escreve, apelando a que se tomem medidas que garantam um futuro mais próspero para a cidade e a sua juventude.

No final do livro, José Carlos Almeida deixa uma mensagem de esperança, que lembra que, apesar de tudo, “Sempre é Tempo”. Um convite para todos os que aceitam revisitar o passado, mas também um desafio para quem quer ajudar a construir o futuro de Viseu.

*As fotografias antigas constam no livro*

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