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O presidente da Federação Distrital de Viseu do PS acusou o presidente da Câmara de Sernancelhe de estar a gastar o “erário público para promover o líder partidário” do PSD, considerando tratar-se de uma prática “só vista na Coreia do Norte”. Carlos Silva, que foi recentemente eleito presidente da Distrital social-democrata, responde e diz que a única semelhança é a de ter sido eleito com 82 por cento dos votos. Em causa, o convite para a abertura da Feira da Castanha, no próximo fim de semana em Sernancelhe, e que conta com a presença de Luís Montenegro. O convite seguiu por correio, via CTT com porte pago.
“Há um convite [onde se lê] que convida vossa excelência e toda a família para a Festa da Castanha que será presidida por sua excelência Dr. Luis Montenegro. Eu não queria acreditar, mas é verdade. O erário público está a patrocinar uma festa para promover um líder partidário. Isto é uma coisa inacreditável, é uma coisa que nunca vi a não ser na Coreia do Norte”, denunciou este sábado o socialista José Rui Cruz durante uma sessão com militantes do partido e na qual esteve presente o ministro da Saúde para falar do Orçamento de Estado.
O também deputado do PS recorreu ao ditado “olha para o que eu digo não para o que eu faço” para criticar o opositor. “Não é nós estarmos aqui a ver o que está mal no casa do vizinho e depois quando olhamos para a nossa somos o primeiro a fazer o contrário do que apregoamos”, sustentou.
Na resposta, Carlos Silva usou da ironia para dizer que o adversário “anda nervoso”. “O que o sr deputado faz é usar um argumento estapafúrdio sobre a festa da castanha. À festa da castanha já vieram governos para a abertura, europedeputados, presidentes de instituições como comissões de desenvolvimento ou Turismo, até deputados. Eu tenho o direito de convidar quem eu quero”, disse.
No que se refere ao convite, o presidente da autarquia de Sernancelhe lembrou que o próprio José Rui Cruz já esteve em eventos convidado pela Câmara. “A Câmara manda fazer três mil convites, coloca-os no envelope e manda-os para a nossa base de dados para os deputados, senhores presidentes de câmara, instituições, deputados, jornais. Se ele vem é porque é convidado. Sempre foi assim e nunca foi problema. Acontece agora porque ele está nervoso”, sustentou.
Sobre a comparação à Coreia do Norte, Carlos Santiago disse que “só se for porque eu ganhei com 82 por cento dos votos”. “Isso é que lhes dói. A Coreia do Norte são os 82 por cento que o PS levou em Sernancelhe”, enfatizou.
E a troca de acusações continuou, agora com os anúncios que o ministro da Saúde deixou em Viseu na reunião com os militantes socialistas. Manuel Pizarro disse que seria ele a inaugurar o Centro de Ambulatório e Radioterapia do Hospital de Viseu e que este equipamento só não avançou porque o PSD, que diz que nada há de concreto, parou o projeto que estava pronto em 2011. “Causa-me um pouco estranheza que seja alguém do PSD a fazer qualquer comentário que seja sobre o atraso do Centro Oncológico do Hospital de Viseu. Quando eu fiz parte do governo até 2011 estava tudo pronto e era só arrancar”, disse o governante.
Declarações que Carlos Silva diz não serem verdadeiras. “ O sr. ministro deveria ter vergonha de falar em 2011, significa que ele faz parte da cartilha que levou o país à bancarrota. Ele que prove perante os viseenses com documentos concretos que tinha os ditos estudos preparados para lançar o concurso da obra. Mais, está há sete anos um governo à frente dos destinos de um país e não fez rigorosamente nada. Eles são uma companhia de teatro da venda da mentira”, argumentou, desafiando o ministro a assumir para quando a inauguração.
Recorrendo a um documento com 13 pontos em que o PSD elenca as obras que “não foram feitas no distrito”, Carlos Silva referiu que “a única obra que o PS concluiu foi a sua sede”.
Durante a sessão de esclarecimento do Orçamento de Estado, o socialista José Rui Cruz congratulou-se por o governo estar a assumir os compromissos a que se comprometeu, dando como exemplos a requalificação do IP3, as obras de ampliação das urgências que estão concluídas, o Departamento de Saúde Mental que “está a fazer o seu caminho” e outras reivindicações que, segundo o deputado, “estão a ser concretizadas”.
“O PSD fala, fala, mas não tem dado conta que nós estamos a cumprir com os nossos compromissos”, afirmou, esclarecendo que nem tudo tem de estar inscrito no Orçamento de Estado e que o tempo do PIDDAC (documento onde estavam inscritas as obras e respetivo valor financeiro) já passou há décadas.
Carlos Silva aproveitou, por seu lado, para dizer: “Se o Orçamento de Estado não é um PIDDAC, se não tem importância, o que andam os ministros a fazer pelo país, não gastem gasóleo com isto”.