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Viticultores do Douro manifestam-se na Régua e bloqueiam ponte

Produtores da região demarcada protestam esta quarta-feira e alertam para a crise que se vive na zona vinícola que abrange o norte do distrito de Viseu

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 Viticultores do Douro manifestam-se na Régua e bloqueiam ponte - Jornal do Centro
16.07.25
fotografia: Agência Lusa/Pedro Sarmento Costa
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 Viticultores do Douro manifestam-se na Régua e bloqueiam ponte - Jornal do Centro
16.07.25
Fotografia: Agência Lusa/Pedro Sarmento Costa
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 Viticultores do Douro manifestam-se na Régua e bloqueiam ponte - Jornal do Centro

Viticultores da Região Demarcada do Douro (RDD) – que abrange o norte do distrito de Viseu – estão a manifestar-se esta manhã de quarta-feira (16 de julho), no Peso da Régua, com tratores e carrinhas, para alertar para a crise que afeta a região demarcada mais antiga do mundo.

Os produtores deixaram as máquinas numa das principais entradas da Régua, e pelas 07h50 foram a pé bloquear a ponte rodoviária que dá acesso à cidade.

No local, as viaturas foram deixadas pela avenida que desce até à rotunda dos armazéns do Corgo e os manifestantes juntaram-se em cima do tabuleiro da ponte ao som da música “Grândola Vila Morena” de Zeca Afonso e do hino nacional.

O objetivo era fazerem uma marcha lenta pelo Peso da Régua, mas como a GNR não os deixou entrar, começaram por deixar alguns tratores e carrinhas em Godim, junto à rotunda dos quatro caminhos, de onde um grupo seguiu a pé para se juntar a outros produtores que estavam na entrada do lado aposto da Régua.

“Fomos até onde nos deixaram, as autoridades cercaram a Régua e não nos deixaram passar e agora estamos a tentar bloquear a ponte ver se fomos ouvidos e alguém define a nossa vida”, afirmou Jorge Teixeira, produtor e comerciante de Poiares.

O viticultor reclamou medidas concretas. “O senhor ministro da Agricultura fez anúncios, mas sem dados concretos. Concordou na destilação, mas ainda ninguém definiu, e o agricultor não quer andar aqui às cegas, quanto nos pagam pelas uvas para destilação que é para nós sabermos se é rentável ou não continuar a granjear o Douro, se é rentável viver no Douro, se é rentável dizer aos meus filhos que o Douro vale a pena”, afirmou.

Jorge Teixeira acrescentou: “Nós não queremos um ‘x’ queremos valores concretos, do abstrato estamos nós fartos. Vivemos há mais de 30 anos no abstrato”.

O Ministério da Agricultura e Mar anunciou um plano de ação para o Douro e uma das medidas que está em cima da mesa é a de usar “uvas para vinho a destilar” e tem como objetivos reduzir os excedentes de vinho na RDD, através do escoamento de uvas excedentárias, e assegurar diretamente um rendimento mínimo ao viticultor.

Porque não se sabe a adesão dos produtores, a quantidade de uvas que poderá ir para destilação e o montante final, a medida ainda tem que ser ajustada, mas será operacionalizada pelo IVDP, mediante contrato prévio entre viticultor, vinificador e destilador e prevê a submissão da candidatura até 15 de setembro.

Jorge Teixeira disse que o “Douro é vinha, não é o turismo”. “E sem nós isto não existe e a economia não anda. Tudo à volta do Douro gere-se com vinho”, sublinhou.

Tiago Fonseca, de São João da Pesqueira, disse que a GNR barrou aos manifestantes com tratores e veículos de tração “qualquer entrada no Peso da Régua”, seja entradas principais ou secundárias.

“É difícil. O Governo não está a olhar para isto com olhos de ver e estamos a poucos dias da vindima e ainda não temos comunicado de vindima, ainda não sabemos o que vamos fazer às nossas uvas e queremos soluções porque vai haver miséria social no Douro, sem precedentes”, salientou.

Tiago Fonseca era emigrante na Suíça e regressou há três anos para tomar conta da vinha. “Não estou arrependido, estou junto da família e a lutar pelo que eu quero. Só temos é que nos fazer ouvir”, afirmou, defendendo medidas concretas a curto, médio e longo prazo.

O viticultor salientou que os produtores precisam de saber a que preço vão vender as uvas, quem lhes fica com as uvas e se vai haver ou não corte no benefício.

O benefício, que é a quantidade de mosto que cada produtor pode destinar à produção de vinho do Poro, foi de 90.000 pipas (550 litros cada) em 2024 e 104.000 em 2023 e, para este ano, o comércio propôs, no conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), a redução para as 68.000 pipas.

“Se tivermos corte no benefício é a morte do viticultor. Vai haver muito viticultor a largar vinha, a vender e a cometer loucuras, há muita gente no limite”, sublinhou Tiago Fonseca.

Também proveniente de São João da Pesqueira, Diogo Cardoso veio protestar contra os cortes de benefício e de não saber onde pôr as uvas. “Parte delas sei onde as por, as uvas beneficiadas, mas o resto não. São mais de 70 pipas que tenho e não sei onde as por”, lamentou.

O viticultor Albano Fernandes manifestou-se para reclamar uma fiscalização forte no Douro para que o vinho “seja mais genuíno”. “Temos um representante do IVDP que não nos defende”, referiu o agricultor, também oriundo da Pesqueira.

Já de Valença do Douro (Tabuaço), João Paulo alertou para a perda de rendimentos dos produtores. “Mais benefício, escoamento de uvas e prelos justos” são as suas principais reivindicações.

Também entre os manifestantes está Gonçalo Rodrigues, que veio de Cambres (Lamego). Veio à manifestação porque, disse, há quem queira cortar no benefício. “E não pode ser assim, como é que vamos granjear o Douro? As coisas estão caras, a mão-de-obra também e o vinho está cada vez mais barato e ainda querem cortar o benefício e assim não pode ser”, realçou.

Pelas 08h30, os manifestantes saíram do tabuleiro da ponte e colocaram-se logo a seguir, na rotunda, à entrada da cidade.

“Não ao arranque da vinha” ou “não deixem o Douro ir a monte” são algumas das mensagens que escreveram em tarjas que levam nas carrinhas ou tratores. Os viticultores do Douro estão a atravessar uma crise sem precedentes que já levou o Parlamento a baixar à especialidade propostas para ajudar os produtores.

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