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Lamego volta a receber vários artistas e músicos para mais uma edição do ZigurFest. Entre os dias 24 e 27 de julho, a cidade multiplica-se em vários palcos, dando a conhecer músicos de vários géneros.
Para a 13ª edição do ZigurFest, estão previstas quatro residências de criação e investigação. Maria R Soares vai realizar uma residência em estreita relação com a comunidade local, Tiago Sousa junta-se ao Coro da Santa Casa da Misericórdia, Bá Álvares e Eloísa Micaelo vão interagir com a Associação Portas Prá Vida, continuado os trabalhos realizados em 2023. Também Ruca Bourbon vai desenvolver um processo de criação em colaboração com a Associação Desportiva de Avões.
A edição deste ano vai contar com a inauguração de um palco no Bairro da Ponte, bairro este que foi recentemente intervencionado e no qual surgiu um parque urbano à beira-rio. Neste palco vão atuar os ladoazul e João Grilo + Susana. No palco do Horto do Castelo será a vez dos Cat Soup e de Moira atuarem. A Alameda volta a vibrar com Riça, bbbHairdryer, Marquise e DJ Lynce. Já no Centro Cívico de Lamego é a vez de Garoa e Cíntia & Rezmorah. Monch Monch e Papié Maché atuam na Olaria. As atuações de O Triunfo dos Acéfalos e Zancudo Berraco estão reservadas para o Museu de Lamego.
António Silva, da Associação Zigur, considera que “a arte que ganha forma como reação direta ao quotidiano faz mais sentido do que nunca”. “Com o tumulto a urdir ao longe, resta-nos a arte como um lugar de liberdade, criatividade, reflexão e questionamento, livre de julgamentos e juízos de valor. E porque a arte gera empatia, porque é universal, e porque, no final de contas, é muitas vezes o único lugar onde nos permitimos ser nós mesmos, este também deve ser um lugar onde é permitido haver dor, raiva ou melancolia. É precisamente no epicentro de todas estas emoções e lugares nas suas multitudes que acontece esta edição”, afirmou.
Rock, hip-hop, música experimental ou refrões que ficam na cabeça, são vários os géneros musicais que celebram a liberdade, a diversidade e uma ausência de barreiras que permite uma união em torno da música enquanto um só.
Um festival, várias identidades musicais
Os bbb hairdryer começaram pelas mãos de Elisa Guerra, mas acabaram, mais tarde, por se tornar no quarteto atual, que conta com Miguel Gomes na bateria, Francisco Couto no baixo e Chica na guitarra. O grupo esteve em digressão nos últimos dois anos, na apresentação do disco “Kingdom Hearts II Final Mix”. Uma mistura de punk com queer, onde o microfone não tem limites.
Bernardo Álvares dirige a Tribo Improvisada, um coletivo musical composto pelos utentes da Associação Portas Prá Vida, a que se junta a cineasta e videógrafa Eloísa Silva para escrever, produzir e realizar uma obra cinematográfica que será apresentada durante o ZigurFest. Os Cat Soup, por seu lado, são um grupo que se formou em 2016 e que desde então têm formado uma identidade em torno do pós-hardcore e do slacker-rock, passando pelo rock progressivo. Em Lamego, o grupo vai apresentar o seu primeiro disco.
Entre o Portugal e o Brasil, os Cíntia expressam de um modo subtil o jazz e a musicalidade de São Paulo. Em conjunto com Rezmorah, Tom Maciel, Simao Bárcia e Ricardo Oliveira abrem caminhos que colocam a banda envolta em elevadas expectativas para o ZigurFest. Do Porto, vai chegar a Lamego uma lenda viva da jungle, do UK hardcore e acid. Pedro Salvado é DJ Lynce, produtor, DJ, colecionador de discos e ativista responsável por sets onde a música de club e o techno estão sempre presentes.
Henrique Diaz une a sua mestria nas teclas à percussão de Raphael Soares em Garoa, numa musicalidade onde o jazz está sempre presente. Em Ilusão Gótica, os membros de Conferência Inferno viajam por entre riffs aventureiros e uma aura gótica livre de regras e onde a experimentação é a palavra de ordem. Já com ladoazul, João Campos Costa (guitarra) une-se a Rita Só (percussão) para uma musicalidade que viaja entre o jazz e os blues, passando por influências ibéricas e africanas.
Uma das artistas residentes é Maria R Soraes, bailarina e criadora emergente que vai estar envolvida com a comunidade local e de onde resultará uma peça que a apresentar no Teatro Ribeiro Conceição. À beira-rio, o público do ZigurFest poderá assistir à dupla constituída por João Grilo, artista sonoro, compositor e letrista, e Suzana Francês, violinista que tem vindo a abraçar diferentes estilos musicais. Saídos de um disco de grunge dos anos 90, os Marquise aproveitam a voz de Mafalda Rodrigues para criar canções que vão despertar a rebeldia no festival de Lamego. Por seu lado, Moira utiliza sintetizadores, sampler, voz e instrumentos de sopro para explorar atmosferas eletrónicas e um folclore esquecido.
Diretamente de São Paulo, Lucas Monch trouxe o rock paulista na sua mala de viagens, e junta-se a Manuel Molarinho e Ricardo Cabral (Baleia Baleia Baleia), José Miguel Silva (Conferência Inferno) e Miguel Azevedo (Marquise) para mostrar a sua polivalência musical. Já O Triunfo dos Acéfalos é um projeto de eletro-punk composto por Luís Barreto e Bugs Ferreira, com uma mensagem política característica do punk a que se juntam as guitarras, os sintetizadores e a eletrónica. Papie Mache são um quarteto sediado em Lisboa do qual se destaca Charif Megarbane, exímio guitarrista a residir na capital lusa há vários anos.
Diretamente de Paredes até Lamego chega pela primeira vez Riça, rapper, produtor e ilustrador que assina o disco “Diabos M’Elevem”. O rap funde-se com a música tradicional portuguesa num álbum quase biográfico onde a história de Riça se funde com o imaginário popular português com que cresceu. Reunindo o vídeo, as artes plásticas e a música, Ruca Bourbon vai ocupar a Associação Desportiva de Avões com peças criadas a partir das histórias e pessoas do concelho. O pianista Tiago Sousa é influenciado pelo minimalismo americano dos anos 60, e une-se agora, em Lamego, ao Coro da Santa Casa da Misericórdia.
A guitarra, os sopros e a música eletrónica fundem-se no espetáculo de Yaw Tembe e Norberto Lobo, patente no disco “Abrigos”. No ZigurFest estará ainda Zancudo Berraco, cujo seu sistema modular leva a música eletrónica até um patamar onde a dança na sua vertente mais rápida e furiosa se alia à experimentação.