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O ultramaratonista Tiago Cação vai passar pelos 24 concelhos do distrito de Viseu no âmbito do Projeto 278, uma volta a Portugal em bicicleta de 6.000 quilómetros que pretende alertar para a necessidade de redefinir a mobilidade urbana.
A iniciativa, que arrancou em junho mas foi interrompida devido a uma doença do ciclista, é retomada esta sexta-feira, dia 5 de setembro, em mais uma etapa que terminará em Lisboa no final do mês, depois de percorridos todos os 278 municípios de Portugal Continental.
No distrito de Viseu, Tiago Cação passará no dia 7 de setembro por Cinfães, Resende, Lamego e Castro Daire, seguindo no dia 8 para São Pedro do Sul, Oliveira de Frades, Vouzela, Viseu, Tondela, Santa Comba Dão e Mortágua. Regressa ao distrito no dia 22, em Carregal do Sal, Nelas e Mangualde, e no dia 23 passará por Penalva do Castelo, Sátão, Vila Nova de Paiva, Tarouca, Moimenta da Beira e Sernancelhe. A 27 de setembro, o trajeto inclui Penedono, Armamar, Tabuaço e São João da Pesqueira. Em cada município, o ciclista vai entregar uma carta às autarquias a apelar à redefinição da mobilidade urbana.
“Tenho visto o aproximar das eleições autárquicas, estamos em plena pré-campanha, e, tirando Lisboa e Porto, a mobilidade não tem entrado nos debates. Espero que o Projeto 278 ajude a que o tema surja nos discursos – e nas ações – dos candidatos de todo o país”, disse o ultramaratonista, num comunicado enviado às redações.
Para Tiago Cação, “os municípios desempenham um papel fundamental na construção de cidades mais sustentáveis e resilientes, e esse trabalho não pode ser feito nem daqui a 10 nem 20 anos, tem de começar já”.
“Temos modelos de cidades completamente obsoletos, e mais uma vez estamos atrasados em relação àquilo que se está a fazer no resto da Europa”, advogou, dando como exemplos “a transformação que Londres sofreu, a transformação que Paris está a sofrer, inclusive Manchester”.
Vindo de Manchester “completamente chocado” pela positiva, Tiago Cação conta que “não havia trânsito, há uma comunhão completa entre os transportes públicos e outras formas de mobilidade urbana, e a cidade foi devolvida às pessoas”, tal como em Barcelona, observou.
Entre as medidas que propõe aos autarcas nas cartas que vai entregar, Tiago Cação destacou a “mais importante”, que lhe “causa confusão” não ser implementada: “não conseguir ver crianças ir para a escola de bicicleta”.
“É uma coisa muito simples, é limitar o tráfego de atravessamento e reduzir as velocidades permitidas nas ruas ao redor da escola”.
Para “convencer os céticos” acerca das vantagens de novos modos de mobilidade que não o automóvel, Tiago Cação questiona “desde quando e porquê é que a bicicleta deixou de ser importante na mobilidade”, pois “não há muitos anos” “a bicicleta era o principal meio de transporte do país, era um motor de desenvolvimento, principalmente nos meios rurais e até nas cidades”.