Neste episódio de “A comer é que a gente se entende”, exploramos…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Feriado à vista e ainda sem planos? Temos a sugestão perfeita! Situado…
Foi considerado o maior incêndio de 2013. Provocou a morte de quatro bombeiros. Esteve ativo mais de dez dias e destruiu perto de 10 mil hectares de floresta em quatro concelhos dos distritos de Viseu e de Aveiro.
O incêndio do Caramulo foi há oito anos. No último domingo de agosto as vidas que se perderam e os momentos de aflição que se viveram são sempre recordados na freguesia de Santiago de Besteiros onde está o Memorial ao Bombeiro. “O tempo passa, mas a a memória permanece”, lembraram os muitos bombeiros que se juntaram na cerimónia onde foram recordados Ana Rita Pereira, dos bombeiros de Alcabideche, Bernardo Figueiredo, da corporação do Estoril, e Cátia Dias e Bernardo Cardoso, dos Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal.
Ocorrido na Serra do Caramulo entre 21 e 30 de agosto de 2013, este incêndio abrangeu os concelhos de Águeda, Oliveira de Frades, Tondela e Vouzela. Apuraram-se perdas na ordem dos 14 milhões de euros. Foi combatido por mais de 15 mil bombeiros de todo o país.
Além das mortes, há dois momentos que marcam esta tragédia. O relatório que foi feito para apuramento das causas e o julgamento dos dois jovens condenados por terem ateado um dos incêndios que deu origem ao fogo.
O julgamento
Patrick Teixeira e Fernando Marinho. Estes são os nomes dos dois jovens que foram condenados por na noite de 20 de agosto terem ateado numa distância de um quilómetro vários focos de incêndio com recurso a um isqueiro e que deram origem ao grande fogo do Caramulo.
Responderam pelos crimes de homicídio qualificado, incêndio florestal e ofensa à integridade física. Em dezembro de 2014, o Tribunal de Júri de Vouzela condenou Patrick a 18 anos de cadeia e Fernando a 12. Mais tarde, a Relação de Coimbra diminuiu a pena. O jovem emigrado no Luxemburgo passou a cumprir pena de 16 anos. Já Fernando Marinho viu reduzida a sua pena de 12 para 9 anos. Em 2020, este jovem estava já com saídas precárias.
O julgamento acabou por ser um acontecimento “inédito”. Primeiro, porque foi feito com recurso a tribunal de júri e depois porque o coletivo de juízes optou pela reconstituição, com os réus, da noite em que pegaram numa mota e foram pelo Caramulo fora.
O relatório
Equipamentos de má qualidade, falhas na comunicação e desobediência, foram alguns dos problemas detetados num estudo elaborado logo no ano em que o Caramulo ardeu por uma equipa de especialistas da Universidade de Coimbra, liderada por Xavier Viegas.
O relatório foi dado a conhecer no final de 2013 e nele os especialistas falavam em proteção individual deficiente e desadequada ao combate, “anarquia” no uso do contrafogo e falhas na formação, algo que levou a um debate mais sério e que envolveu bombeiros e poder político.