exército ctoe força destacada
dolmén antelas 2
andre cunha
herdade santiago
quartos apartamentos imobiliário viseu foto jc
arrendar casa

No coração do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, há…

21.08.25

Reza a lenda que foi um árabe, há mais de mil anos,…

14.08.25

Seguimos caminho por Guimarães, berço de Portugal e guardiã de memórias antigas….

07.08.25
tribunal_justica_2
Bruno Rocha 2025 Cinfães
jose laires
miss teen
praia da carriça
herdade santiago
Home » Notícias » Desporto » ‘A Volta a Portugal é do povo e não há português que não goste’, defende Pedro Martins

‘A Volta a Portugal é do povo e não há português que não goste’, defende Pedro Martins

pub
 ‘A Volta a Portugal é do povo e não há português que não goste’, defende Pedro Martins - Jornal do Centro
05.08.23
fotografia: Jornal do Centro
partilhar
 ‘A Volta a Portugal é do povo e não há português que não goste’, defende Pedro Martins - Jornal do Centro
05.08.23
Fotografia: Jornal do Centro
pub
 ‘A Volta a Portugal é do povo e não há português que não goste’, defende Pedro Martins - Jornal do Centro

É de Viseu que parte a edição número 84 da Volta a Portugal em Bicicleta. O arranque é dado na próxima quarta-feira, 9 de agosto. Pela cidade de Viriato, os ciclistas vão percorrer um prólogo que vai decidir o primeiro camisola amarela. O líder segue de Viseu e procurará ficar em primeiro lugar até à última etapa, em Viana do Castelo, a 20 de agosto.

O Jornal do Centro fez a antevisão da ‘prova rainha’ do ciclismo nacional com Pedro Martins, presidente da Associação de Ciclismo da Beira Alta. As etapas mais exigentes, a relevância de a região acolher uma das tiradas e a análise do percurso da competição mais importante do calendário do ciclismo português.

Por ocasião da passagem do pelotão, a conversa avançou por outros temas relacionados com a modalidade. Pedro Martins defendeu mais espaços para o ciclismo ser praticado e deixou o reptou para se utilizar cada vez mais a bicicleta para ir trabalhar. O responsável acrescentou que tem notado mais respeito mútuo entre ciclistas e condutores ao partilharem a estrada.

Ciclismo, paixão pelo ciclismo e Viseu. Para si, tudo se conjuga nesta Volta…
Sim, mais uma vez, Viseu está em destaque na Volta. Abre as festividades que vão decorrer ao longo de 12 dias. É uma etapa muito importante porque é ela que decide quem são os primeiros atletas a vestir as respetivas camisolas.

Para esta primeira etapa qual é o grande desafio?
É um prólogo com cerca de quatro quilómetros que vai pôr à prova os melhores velocistas. Mas não dará para grandes diferenças de tempo.

É importante para Viseu receber um início de volta?
Neste tipo de prova, receber uma etapa de arranque seja ela a Volta à Espanha, à Polónia ou a Portugal é sempre importante do ponto de vista económico. Viseu tem a vantagem de receber um prólogo, o que dará partida e chegada. A festa vai ser toda feita aqui durante todo o dia. É bastante benéfico economicamente para a região e é uma boa forma de promovermos o ciclismo na região da Beira Alta.

E para a a Associação de Ciclismo da Beira Alta também…
Somos uma das associações que mais tem crescido nos últimos anos. Temos cada vez mais atletas a praticarem a modalidade e, no caso da Volta a Portugal, há um motivo extra para nós porque uma das equipas que estará presente é das nossas: a Tavfer.

Tavfer que, nos últimos anos, se tem colocado num bom plano…
É um projeto que teve uma base bem concebida. Infelizmente perderam o mentor há dois anos, mas quem ficou com o projeto – a mulher e o filho – têm-no feito crescer. E daí estarem no nível em que estão.

A Volta tem a última etapa em Viana do Castelo. É relevante?
Aquela parte final é quase uma cronoescalada. Vai marcar diferenças. Não é um contrarrelógio como aquele de Viseu. Termina em altura…

Enquanto praticante e apaixonado pelo ciclismo quais são as etapas que não se importava nada de percorrer?
Há uma que conheço muito bem, que é a que termina na Torre. Há uma que não conheço, que é a de Montalegre, que também tem chegada em alto e a de Mondim de Basto que é extraordinária. Estas três chegadas em alto são o ícone do nosso ciclismo.

Pelo grau de exigência?
Sim e pela espetacularidade e beleza do percurso, do ponto de vista do adepto ou do espetador. Há muita gente que não é adepto de ciclismo, mas vai parar doze dias para ver a Volta a Portugal na televisão ou para os ver passar. Estas três etapas são espetaculares porque é ali que se decidem as Voltas e que os atletas medem o pulso uns aos outros. Não tirando o brilhantismo a todas as outras, porque quando não há chegada em alto, há chegada ao sprint.

Qual será a mais exigente das três?
Sem dúvida alguma a subida à Torre. É a única das três que tem uma categoria especial. Há uma tabela que existe, criada pela União Ciclista Internacional, e a subida da Torre tem uma categoria que não tem classificação possível. É a doer (risos)

Os ciclistas à semelhança dos futebolistas têm características diferentes do ponto de vista desportivo, certo?
Normalmente destaca-se o sprinter ou o trepador. A nossa Volta é para trepadores pelo grau de exigência, mas o prólogo tanto pode ser ganho por um contrarrelogista como por um sprinter. Porque o sprinter tem uma capacidade de explosão curta, enquanto que o contrarrelogista já consegue garantir um grande esforço muito alto durante vários quilómetros. Para um trepador é que já não é tão fácil…

Esta é uma Volta com mais montanha do que o habitual?
A Volta tem sido muito idêntica de uns anos para os outros, vai mudando os locais de partida de chegada, mas as etapas mais duras são sempre as mesmas. O que vai mudando é a evolução dos nossos corredores.

O ciclista é mais completo hoje?
Sim, isso nota-se e os andamentos são mais elevados. Quem acompanha a Volta à França percebe que todos os anos são batidos recordes nas subidas. O atleta está em desenvolvimento e é cada vez mais capaz.

Portugal é dominado pelo futebol, mas o ciclismo acaba por ser também muito popular…
A Volta a Portugal e a volta do povo porque leva o espetáculo desportivo à porta das pessoas. Há muitas pessoas que não são adeptos de ciclismo ao longo do ano, mas, quando chega a agosto ligam a televisão e veem as etapas todas. Todo o português é adepto da Volta a Portugal em bicicleta.

Há instantes falava numa evolução no número de praticantes de ciclismo. De que ordem?
Dou-lhe um exemplo: quando entrei para a Associação, em 2019, tínhamos 400 atletas filiados, hoje em dia temos quase 800. E acredito que haja muito mais praticantes que não estejam filiados. O crescimento do número de filiados também se deveu à pandemia: muitas pessoas usaram a bicicleta para praticar desporto e deslocarem-se.

Na região há infraestruturas suficientes ou pode haver mais investimento?
Ainda não é suficiente. No caso de Viseu há a ecopista, mas podem ser construídas outras infraestruturas que pudessem dar apoio ao ciclismo de formação. Viseu tem uma escola, a Academia de Ciclismo de Viseu, que, às vezes, tem dificuldades em dar treino aos miúdos. Viseu podia ter um chamado bike park, à semelhança do que foi feito noutros municípios, onde os miúdos pudessem praticar a modalidade. É um desafio que terei de lançar à Câmara de Viseu.

Para até criar o hábito de andar de bicicleta junto dos mais novos…
Hoje em dia é importante ensinar as crianças a andar de bicicleta. Passamos a vida a falar sobre sustentabilidade e alterações climáticas. E ainda temos crianças que chegam ao segundo ciclo e não sabem andar de bicicleta. Podiam deslocar-se de bicicleta. Eu conheço a realidade de alguns países e nós estamos muito atrás. Nas Atividades Extra Curriculares das escolas, o ciclismo não aparece em lado nenhum: joga-se futebol, voleibol, basquetebol, que são modalidades muito importantes, mas o ciclismo também faz parte do desporto e não está a ser bem aproveitado.

Por onde é que deve caminhar o ciclismo para se impor?
A aposta no desporto escolar era extremamente importante. O ciclismo tem alguns entraves, um deles é o do financiamento. Infelizmente, tirando algumas vertentes como o caso da pista, que pode ser feita entre quatro paredes, somos uma modalidade que tem de ser praticada na rua. E não podemos cobrar bilhete, como acontece noutras modalidades. Temos dificuldades de financiamento, logo o nosso crescimento é muito mais lento, o que é pena. Somos uma modalidade com um nível de espetáculo muito elevado e isso vê.se. Temos muito por onde crescer, mas tem de ser feito devagar por causa das dificuldades de financiamento.

Há quem defenda que andar de bicicleta é uma forma de estar na vida. É assim?
É, é muito. Aliás, o ciclismo é uma forma de o nosso país se conseguir colocar como destino de excelência no que toca ao turismo desportivo. Temos vários países na Europa que se focaram no turismo desportivo com a utilização da bicicleta. E deveríamos explorar isso porque somos hospitaleiros por natureza.

No caso de Viseu, é uma cidade relativamente plana…
Sim, mas hoje em dia isso acaba por não ser um problema porque, com a inovação tecnológica, apareceram as e-bikes (bicicletas elétricas). A e-bike não é uma mota: é uma bicicleta com assistência elétrica, as pessoas têm sempre de pedalar. Numa cidade como Lisboa, por exemplo, conhecida por ser a cidade das sete colinas, a mobilidade por bicicleta tem crescido muito. O que é mais difícil de ultrapassar é o comodismo do ser humano: estamos habituados a levar o carro quase até ao gabinete. Se começarmos a utilizar a bicicleta para nos deslocarmos para o nosso local de trabalho, a curto prazo vamos aperceber-nos de que nos traz vantagem para o nosso bem-estar emocional e saúde. É uma questão de experimentar. Basta começar, quebrar a rotina. Lanço o desafio.

A sua paixão pelo ciclismo é antiga?
Moro numa aldeia na Serra da Estrela e estou habituado a ver passar a Volta todos os anos à porta de casa. Fui jogador de futebol durante alguns anos, mas parei por causa de uma lesão. Comecei a usar a bicicleta e em 2009 virei-me para o ciclismo competitivo que deixei em 2019 para me dedicar ao associativismo voluntário, neste caso como presidente da Associação de Ciclismo da Beira Alta.

Na nossa última entrevista, há uns quatro anos, o Pedro falava sobre o respeito ou a falta dele entre ciclistas e condutores. Essa situação melhorou?
Continua a haver falta de respeito. Na altura falámos sobre uma campanha que lançámos sobre o respeito mútuo. Infelizmente mantém-se. Mas hoje em dia há mais sensibilidade dos condutores, porque há cada vez mais pessoas a utilizar a bicicleta. E os ciclistas também estão mais sensíveis e eu acredito que, com o passar dos anos, vamos chegar a um ponto ideal em que vai ser fácil um ciclista utilizar a mesma infraestrutura do que um automobilista. O problema maior é os automobilistas acharem que quem vai na bicicleta vai porque quer, que está a estorvar, porque podia ir num carro. Há uma barreira cultural. Mas acredito que, com o passar dos anos, acabe por cair. O mais importante é ensinarmos as nossas crianças a olharem para a bicicleta de uma forma diferente.

pub
 ‘A Volta a Portugal é do povo e não há português que não goste’, defende Pedro Martins - Jornal do Centro

Outras notícias

pub
 ‘A Volta a Portugal é do povo e não há português que não goste’, defende Pedro Martins - Jornal do Centro

Notícias relacionadas

Procurar