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A Loucura do Rei, o filme

 A Loucura do Rei, o filme
25.06.21
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Baseado numa situação real, no filme de 1994 “The Madness of King George”, o Rei Jorge III (Grã-Bretanha) manifesta um conjunto de sintomas que leva a que todos o considerem louco, sendo que – talvez e aparentemente – não estava de facto. Alguns historiadores afirmaram que era um caso de “porfiria”, outros investigadores taxativamente dizem que não… estava mesmo louco.

Longe de querer comparar um filme com o que se passa nos dias de hoje, Rei Marcelo não anda bem. Com ele, não anda bem o país, independentemente de muitos outros com responsabilidades merecerem o seu próprio filme. Rei Marcelo queria emergência e estado de; agora não quer, ainda que a pandemia grasse. Com ele não. E que tal sem ele?

A tolice não é loucura, mas só é divertida se não for permanente. Vai a Sevilha Rei Marcelo ver a bola (Portugal-Bélgica)? Deve ser bom isto de Reis que não veem o que se passa quando o resto do país vê a bola em casa. Ameaça-se que não há artes com público, se o caminho continuar este, com inenarráveis consequências económicas para milhares e milhares de pessoas que dependem do sector cultural; mas desde que haja bola em Sevilha e a Corte para até lá ir, tudo bem.

Enquanto isso, e o título deste texto preocupa-se mais com o que vem a seguir, vão mudando regras e cenários na União Europeia. Abriram as primeiras Candidaturas europeias para financiamentos no Sector Cultural e Criativo e há menos um interveniente. A loucura do Rei Jorge III, pelos seus sucessores, faz com que o Reino-Unido não seja parte da União, logo não se habilite à maioria dos fundos comunitários.

Em cima do anterior vem a regulamentação europeia para quotas de produção e exibição (no audiovisual): que devem ser entre 30 a 60% comunitárias. Até aqui isso valia ao Reino-Unido milhões em catadupa e vagas sucessivas de produções e co-produções em território seu (uma espécie de Vistos Gold para o cinema e a televisão britânicos).

Não ceda a pressões Portugal e outros com o mesmo Síndrome de Estocolmo inglês que o nosso Governo tem, e o maior exportador europeu (do continente Europeu, não da União) no audiovisual perderá parte substancial do seu mercado. Numa penada, o Reino-Unido pode perder financiamento prévio, bem como receitas presentes e futuras…

Dizem que a decisão dependerá da maior ou menor intenção que a França tenha de se fazer notada. Tendo em conta que é parte interessada, provavelmente fará os possíveis para prejudicar os vizinhos do Canal da Mancha. Aqui há uma janela… desde que consigamos em Portugal capitalizar também essa vertente, em território nacional, seja como local de filmagens ou como “produtor integral”. Nem todos os visitantes precisam de ser turistas e nem todas as imagens registadas precisam de ser selfies.

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