Neste episódio de “A comer é que a gente se entende”, descobrimos…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Rimas sociais, um podcast que dá voz às causas sociais urgentes através…
Quando a guerra do senhor Putin à Ucrânia acabar, o mundo vai estar confrontado com o seguinte problema: “quem paga os estragos?” E a resposta só pode ser uma: “quem estragou paga, quem estragou foi a Federação Russa.”
Afirmar este princípio moral é fácil, difícil vai ser a sua aplicação, mesmo havendo milhares de milhões de dólares, do estado e de oligarcas russos, congelados em instituições financeiras ocidentais.
Uma semana depois da invasão, abordei este assunto aqui no Olho de Gato: “o sr. Putin deixou de ter acesso a 600 mil milhões de dólares que tinha empilhado fora do seu país — esses fundos hão-de dar jeito para ajudar a pagar a reconstrução da Ucrânia.”
E acrescentei, em 23 de Abril de 2022: “há que restabelecer, no mercado global, a confiança no dólar e no euro muito abalada depois do corralito — melhor dito, corralão — que foi feito a activos do banco central russo.”
Entretanto, passou muita água debaixo das pontes ucranianas que ainda não foram destruídas, talvez seja altura de elaborar um pouco mais sobre o que está em causa:
– é justo que o dinheiro do estado russo congelado no estrangeiro seja aplicado na reconstrução da Ucrânia, não vai ser suficiente mas ajuda;
– já quanto aos activos dos oligarcas, as coisas fiam mais fino; entendamo-nos: o progresso e a decência das democracias liberais sempre dependeu do respeito pela liberdade individual e o respeito pela propriedade privada; é verdade que a riqueza pornográfica dos oligarcas foi-lhes concedida pelo “capo di tutti capi” que habita no Kremlin, mas um eventual confisco de riqueza particular põe problemas legais agudíssimos.
Acresce que, tal como chamei a atenção há mais de um ano, um tal ataque à propriedade privada agravaria os problemas reputacionais de que já estão a padecer o dólar e o euro nos mercados globais.
Estabelecer um nexo causal entre a fortuna dos oligarcas e a destruição da Ucrânia não é fácil de provar em tribunal. O acerto de contas criminal e patrimonial com essa constelação mafiosa não é tarefa do Ocidente, deverá ser deixado para um futuro governo democrático russo.
por
Jorge Marques
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Eduardo Mendes, coordenador de Ortopedia no Hospital CUF Viseu
por
Laura Isabel B. Nunes