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Já arrancou o estudo epidemiológico à saúde dos ex-mineiros de urânio, nomeadamente os antigos trabalhadores das minas da Urgeiriça, em Canas de Senhorim, no concelho de Nelas.
A sua comissão de acompanhamento teve a primeira reunião esta terça-feira (11 de janeiro). O órgão inclui autarquias como as de Nelas e Mangualde, que teve produção mineira na Ministro do Ambiente cancela visita à antiga mina da Quinta do Bispo.
Ao todo, vai abranger um total de 1.000 ex-mineiros e familiares dos antigos trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio e tem de estar concluída no prazo de dois anos.
O presidente da Associação dos Ex-Trabalhadores das Minas de Urânio (ATMU), António Minhoto, espera que este novo estudo apresente conclusões ao contrário das outras investigações já feitas como o estudo MinUrar, realizado no período entre 2002 e 2007, que, a seu ver, “não foi conclusivo”.
O ativista espera também que o estudo contribua para reduzir os danos dos antigos trabalhadores das minas na sua saúde. “Este estudo não pode ser defraudar os mineiros e os familiares e pedimos para que seja encontrada uma forma de minimizar ainda a tempo os efeitos nefastos que a exploração teve na saúde dos trabalhadores e dos familiares”, afirmou.
António Minhoto defendeu também a realização de uma sessão pública em Urgeiriça “dando conhecimento aos seus habitantes dos objetivos e sensibilizando-os para o estudo”. Uma sugestão que acabou por ser aceite pela comissão de acompanhamento que também é composta por elementos de organismos públicos de saúde, ambiente e energia.
A ATMU defende ainda o alargamento do estudo a outros concelhos que tiveram minas em funcionamento como Guarda, Pinhel e Sabugal.
António Minhoto entende que o setor “mineiro não se reside só a Urgeiriça e Mangualde” e, por isso, defende a inclusão destes três municípios do distrito da Guarda. “Pensamos que vai ser aceite a introdução destes municípios não só para os sensibilizar, facultando inclusive transporte, mas também para dar um grande apoio a este estudo”, acrescentou.
António Minhoto defende também que as conclusões do estudo à saúde dos ex-mineiros de urânio devem ser tornadas públicas.
O Governo deu seguimento a uma deliberação da Assembleia da República. A Empresa Nacional de Urânio foi durante décadas responsável pela exploração das minas de urânio em Portugal e fechou definitivamente as portas em 2004.