A Comunidade Intermunicipal do Oeste deu as boas vindas ao ‘Post Tour…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Sabia que é possível parecer mais jovem e elegante com os seus…
por
Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
De ilustre desconhecido a dinossauro da política local. Foi este o percurso que Fernando Ruas fez ao longo do período de 24 anos em que foi presidente da Câmara de Viseu, entre 1989 e 2013, eleito pelo PSD.
Agora, o social-democrata de 72 anos avança para mais uma candidatura à presidência da autarquia onde “já foi feliz”, a primeira desde que saiu do Rossio há oito anos.
A morte de Almeida Henriques, eleito em 2013 para suceder a Ruas na liderança da Câmara viseense, precipitou a situação para o PSD. Até porque o ex-presidente, que morreu há pouco mais de um mês vítima de Covid-19, estava na iminência de avançar com uma recandidatura para o terceiro mandato.
O atual vice-presidente da Câmara e líder da concelhia laranja de Viseu, João Paulo Gouveia, mostrou-se disponível para se candidatar, mas o presidente social-democrata, Rui Rio, terá resolvido apostar todas as fichas em Ruas, detentor de um currículo político que inclui os cargos de eurodeputado no Parlamento Europeu e presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses e da Mesa do Congresso do PSD, entre outros.
Fernando Ruas ocupa, atualmente, o lugar de deputado na Assembleia da República, tendo sido eleito por Viseu nas legislativas de 2019. Nascido em Farminhão em 1949 e licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra, foi professor do ensino secundário entre 1973 e 1982.
Em 1986, foi chamado para ser vogal do conselho diretivo da Segurança Social de Viseu. Foi ainda presidente da concelhia de Viseu do PSD entre 1983 e 1987.
Em 1989, o partido então liderado por Cavaco Silva aposta em Fernando Ruas para ser o candidato laranja à Câmara Municipal de Viseu, liderado na altura por Engrácia Carrilho. A 17 de dezembro de 1989, Ruas é eleito pela primeira vez presidente do município viseense. O PSD retira o CDS do poder autárquico e conquista 38,42 por cento dos votos.
Nos atos eleitorais seguintes, os sociais-democratas ganham cada vez mais votos em Viseu: 49,02 por cento em 1993, 54,66 por cento em 1997 e 62,06 por cento em 2001. Com estas maiorias expressivas, Fernando Ruas é sucessivamente reeleito presidente da Câmara. A região de Viseu fica conhecida como o “Cavaquistão”.
Em 2005, os votos do PSD em Viseu são menos mas não chegam para derrubar Fernando Ruas: 56,91 por cento. A última eleição autárquica onde Ruas concorreu recandidato foi em 2009, quando o partido laranja ganhou 62,06 por cento da votação.
Devido à lei de limitação de mandatos, Fernando Ruas teve de abandonar a Câmara de Viseu em 2013. Desde então, foi fazendo o seu caminho político fora da região mas sempre mantendo ligações a Viseu.
Durante os anos em que foi presidente da autarquia, Ruas foi sendo conhecido pelas obras realizadas em Viseu, como foram os casos do Pavilhão Multiusos, do Túnel do Viriato, do Funicular, do Mercado Municipal e da requalificação da Feira de São Mateus, da Cava do Viriato e do Mercado 2 de Maio, e pelo desenvolvimento que o concelho teve ao longo do tempo.
A cidade ficou conhecida como a ‘capital da rotunda’, pelo elevado número de rotundas construídas, incluindo algumas que tiveram o crivo de Ruas. Entre as causas defendidas pelo então autarca, estavam a duplicação do IP3, a universidade pública de Viseu e a faculdade de medicina.
No entanto, o percurso político local de Fernando Ruas não ficou isento de polémicas. Em 2005, defendeu que Viseu não era considerada a ‘capital da homofobia’ numa altura em que se realizou uma manifestação após a celeuma provocada por alegadas agressões e perseguições a homossexuais.
Em 2006, Fernando Ruas terá incitado a população de Viseu a “correr à pedrada” os fiscais do Ministério do Ambiente depois de o presidente da Junta de Silgueiros, António Coelho, se ter queixado de que os serviços ambientais não multaram uma obra clandestina feita por um popular naquela freguesia, acusando os fiscais de excesso de zelo.
Popular junto de várias pessoas e polémico para outros, Fernando Ruas quer agora regressar à Câmara de Viseu e fazer jus ao repto que sempre defendeu em muitas edições do programa Conversa Central da Rádio Jornal do Centro: “Eu sou um homem do poder local”.