Os criadores de ovelhas que dão origem ao queijo Serra da Estrela estão a viver de uma forma “miserável”. Quem o diz é o presidente da Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela (ANCOSE), Manuel Marques, que pede ao Governo mais apoios para o setor.
O dirigente diz que os pastores vivem uma situação “muito difícil”, sobretudo com a subida dos preços. “Aumentou tudo: as rações, os adubos, as sementes e o gasóleo agrícola”, explica.
Segundo Manuel Marques, a situação está cada vez mais complicada e, por isso, o número de cabeças tem caído a pique desde há sete anos. “Reduzimos substancialmente o número de animais e passámos de 120 mil para 70 mil. Por isso mesmo, os pastores estão na expetativa”, diz esperando que a situação possa eventualmente vir a melhorar.
Entretanto, o Governo já anunciou o aumento das ajudas para os produtores de gado de raças autóctones, “de 15 euros para 22 euros por cabeça anual”. “Já houve alguma melhoria, mas ainda há muito para se fazer na agricultura e na pastorícia e é inevitável que se faça”, diz Manuel Marques.
O presidente da ANCOSE exige ajudas em concreto para a compra de sementes, adubos, rações e gasóleo agrícola, além de uma “melhor clarificação e transparência” na atribuição dos apoios.
Já em março, foi anunciado um aumento no apoio aos produtores de ovelhas típicas da Serra da Estrela em cerca de 60 euros por cabeça, para 160 euros, para estimular a produção de queijo.
A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela abrange os municípios de Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Seia, Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu.
