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No próximo domingo, 8 de Dezembro de 2024, vai reabrir a Catedral de Notre-Dame de Paris que esteve em reconstrução desde o incêndio de 15 de Abril de 2019. Neste dia vale a pena lembrar a sua história, o tempo da construção, os mistérios e conhecimento dos seus construtores. Era o nascimento do Estilo Gótico, que também marcava a transição do Trabalho Servil para o Trabalho Livre. Era o nascer da Profissão, cuja liberdade permitiu e estimulou a criatividade dos construtores daquela época. Foi aqui que nasceu a mais antiga e nobre das carreiras profissionais: Aprendiz, aquele que começa a aprender; Companheiro (Oficial), aquele que sabe fazer bem; Mestre, aquele que ensina!
A construção iniciou-se em 1163 e foi concluída em 1345 numa ilha do Rio Sena conhecida como Ile de la Cité. Uma ilha e uma catedral que celebram a trindade da Mulher- Mãe-Deusa! Está marcada pelo número 28, o ciclo menstrual da mulher e pelo phi (1,618), o número das proporções de tudo o que existe na Terra. Tudo isto fazia parte dos mistérios e segredos dos construtores.
A porta principal está voltada para Ocidente, o ponto onde o sol se põe. E porquê? Porque quando se caminha da direção da porta para o altar é como caminhar do fim para o princípio, para o nascer do sol. Olhando as duas torres ao longe elas parecem iguais, mas a esquerda é mais larga que a direita. Mais larga, porque a margem esquerda do Sena é mais populosa e precisava de mais energia cósmica. Os arquitetos construtores da catedral eram todos formados na Alquimia e tinham o dom de aproximar a matéria á luz. A Alquimia estava também nos vitrais, era um segredo não-escrito, apenas passado através da palavra. Eles combinavam a beleza das cores com os efeitos da cura. Sempre que havia guerras, estes vitrais eram retirados e enterrados para que nunca fossem destruídos. Agora foram perdidos para sempre!
Também o xadrez preto e branco do chão tinha um significado. Era a dualidade, o bem e o mal, a batalha entre Miguel Arcanjo e Lúcifer. Dizia-se que o ferro dos portais fora forjado pelo demo, porque o ferreiro não conseguia entregar a obra a horas e vendeu a alma para o conseguir. No local da catedral cruzam-se as linhas magnéticas do planeta, o coração da cidade e o ponto zero de todas as estradas de França. Tudo se conta a partir dali!
A porta principal tem um pilar central que a divide em duas. Há uma mulher sentada num trono com o cetro da soberania na mão esquerda e na direita dois livros, um aberto e o outro fechado! Nos seus joelhos tem uma escada com nove degraus. É a escada da Filosofia, Paciência e Humildade. Significa que o Princípio Criador veio para servir e que é o contrário do Poder. Há duas ogivas e o sinal do Apocalipse!
Impossível não nos lembrarmos de Vítor Hugo (Séc. XIX). A Revolução Francesa fez de Notre-Dame o Templo da Razão…a Razão, a deusa representada por uma mulher embrulhada numa bandeira azul, branca e vermelha. Em 1 de Setembro de 1830 Vítor Hugo começou a escrever “Notre-Dame de Paris”, um dos seus romances mais célebres e que fez célebre a Catedral. Comprou tinta, um xaile que o cobria dos pés á cabeça e enfiou-se na cave da sua casa. Cinco meses depois o livro estava acabado! Porque falo aqui desse livro? Porque nele Vítor Hugo previa um incêndio na catedral e escreveu: Todos os olhares se erguiam para o céu…acima das labaredas as imensas torres…havia víboras que riam, gárgulas estridentes, salamandras a atiçar o fogo com o seu bafo e monstros que morrem no fumo.
Esse incêndio veio a acontecer cerca das 19 horas de 15 Abril de 2019. Ali mesmo, naquela ilha onde nasceu Paris, uma aldeia no tempo dos romanos. Mais tarde as tribos celtas deram-lhe o nome Parisi. Nesse dia de 2019, primeiro viu-se o fumo, depois as chamas e uma multidão que corria para as margens do Sena. Toneladas de madeira, vigas, barrotes, tudo a cair como um baralho de cartas. O pináculo de 100 metros de altura partiu-se como um fósforo ardido e caiu sobre a nave central. Parecia ter começado uma guerra, sirenes, bombeiros, gente a gritar e a apontar para a catedral!
Nesse momento chorei, estava ali a história da França e parte da história do Mundo. Em minutos caía o que demorou quase 200 anos a construir. Lembrei-me dos mestres construtores, dos artífices nómadas que corriam a Europa á procura de trabalho, vendendo a sua arte e os novos estilos. Naquele tempo correram todos para Paris, homens e mulheres! Nos registos dos impostos de Paris havia homens e mulheres na lista desses artífices. As mulheres de Notre-Dame? Os braços dos homens eram mais fortes no martelo e escropo, mas eram os braços das mulheres que melhor estucavam e faziam a argamassa.
Ali sempre cheirou a fogo! Para lembrar que a poucos metros foi queimado o Grão-Mestre Templário Jacques de Molay e outros cavaleiros. Pediu que lhe amarrassem as mãos ao peito para rezar e que o voltassem para a Catedral de Notre-Dame…
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