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O espetáculo “O que vi quando olhei para trás”, integrado no projeto “Deixa-me Contar Antes Que Esqueça”, estreia a 31 de julho, às 21h30, na Capela de São Domingos, em Coimbrões, São João de Lourosa, e apresenta-se até 6 de agosto em várias freguesias de Viseu, Castro Daire e Penalva do Castelo.
A produção resulta de um trabalho de recolha de testemunhos, histórias de vida e canções junto das comunidades locais. Este ano, o projeto centrou-se na União de Freguesias de Boa Aldeia, Farminhão e Torredeita e nas freguesias de Orgens, Silgueiros e São João de Lourosa.
Segundo a sinopse, a dramaturgia percorre memórias e imaginários populares: “Olho para trás e vejo-me a caminhar lado a lado com a minha irmã até ao quartinho do fundo da casa da avó e do avô, onde esperamos mais uma história para espantar o sono e acordar o susto”.
O espetáculo é interpretado por Catarina Carvalho Gomes e Sofia Moura, com dramaturgia de Sofia Moura e co-criação musical de Catarina Carvalho Gomes, Marta Vilaça, Ricardo Augusto e Sofia Moura.
A vereadora da Cultura da Câmara de Viseu, Leonor Barata, destacou na conferência de imprensa a relevância do projeto no território ao afirmar que “o ‘Deixa-me Contar Antes que Esqueça’ já vai na quinta edição e vem ocupar um espaço que me parece que estava vazio dentro daquilo que são as propostas anuais de programação dentro do nosso território”.
Para a autarca, existe “um foco muito importante na questão do conto narrado, da palavra oral, das histórias contadas com o corpo todo, que é uma tradição que merece ser preservada, não só por uma questão patrimonial, mas porque continua a fazer muito sentido que as histórias sejam contadas desta maneira”.
Dennis Xavier é responsável pelo olhar exterior e desenho de som e recorda que o projeto “está integrado num maior, que é o ‘No Fio da Palavra’, e de certa forma tem-se vindo a autonomizar ao longo destes anos”.
Sobre o formato de apresentação, explica que “no verão acontece esta relação com a oralidade e com a escuta, é um projeto que vive essencialmente do tempo que nós dedicamos a escutar o outro”.
A edição de 2025 trouxe um destaque particular ao feminino no imaginário popular. “Este ano quisemos trazer muito a dimensão da mulher, a presença do feminino nas crendices e nas curas e nas bruxas e nas feiticeiras, mas na verdade, procurámos nós estar disponíveis para ouvir com mais abrangência tudo o que são histórias relacionadas com o sobrenatural, com o oculto, com as superstições, com as crendices e, naturalmente, as histórias das bruxas, dos lobisomens”, disse Dennis Xavier.
Sofia Moura e Catarina Carvalho Gomes, responsáveis pela criação e interpretação, explicaram o processo de recolha. “Na nossa recolha, muitas das vezes é preciso já uma intimidade um bocadinho maior com as pessoas, um à vontade um bocadinho maior para elas nos contarem determinadas coisas sobre este tema”, referiram.
Para proteger a identidade dos participantes, este ano, “optámos, para salvaguardar as pessoas, não mencionar nomes e atribuir tudo a pessoas que estavam ligadas à nossa família. Criamos esta narrativa de que somos duas irmãs, invocamos a avó e o avô e todos aqueles que eles trazem às costas”.
As apresentações decorrem entre 31 de julho e 6 de agosto, passando por São João de Lourosa (31 julho), Boa Aldeia, Farminhão e Torredeita (1 agosto), Silgueiros (2 e 3 agosto), Castro Daire (4 agosto), Penalva do Castelo (5 agosto) e Orgens (6 agosto).
O projeto é apoiado pelo Procedimento Simplificado da Direção-Geral das Artes – Ministério da Cultura, Desporto e Juventude, pelo Eixo Cultura do Município de Viseu e insere-se no programa “No Fio da Palavra”. Esta é a quinta edição do “Deixa-me Contar Antes Que Esqueça”.