Os doentes com fibromialgia no distrito de Viseu são milhares, assim como as dificuldades. Quem o diz é Miguel Santos, presidente da União de Doentes Fibromiálgicos de Viseu.
“A primeira dificuldade foi na criação da associação, não houve apoios, teve mesmo de ser entre doentes. Tivemos dois anos no Internato Doutor Vítor Fontes, mas tivemos de sair por causa do Covid. Agora não temos espaço, não temos apoios”, susteta.
Miguel Santos conta ainda que a associação tem apoio apenas de “uma psicóloga, alguns enfermeiros e tem protocolos com clínicas mais baratas”, lembrando que a doença crónica não tem cura, “mas dá para aliviar as dores com tratamentos como, por exemplo, hidroterapia, fisioterapia, pilates, mas são caros e a maioria dos doentes, infelizmente ou está de baixa ou já não trabalha”.
O responsável aponta ainda o dedo a alguns médicos e até mesmo ao Estado que não valorizam a doença. “Não existem exames que possam dizer que é fibromialgia, é tudo por exclusão das outras doenças. E muitos médicos, e até o Estado, não acreditam muito nesta doença”, lamentou.
Miguel Santos disse ainda que a associação está a tentar levar a questão da falta de apoios à Assembleia da República.
O Dia Mundial da Fibromialgia celebra-se hoje (12 de maio) mas Viseu comemora a data no próximo sábado (14 de maio) num convívio para os doentes, profissionais de saúde e a sociedade em geral, a partir das 14h00.
O que é a fibromialgia?
A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta na musculatura, com sintomas como fadiga, intolerância ao exercício e distúrbios do sono. Comemorar esta data tem como objetivo aumentar a consciencialização para a doença e a sensibilização para o apoio e os cuidados adequados para a manutenção de uma boa qualidade de vida.
* Margarida Almeida (em estágio curricular)
