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Marcelo Araripe Loureiro e Renata Tolêdo Alves estão em Portugal há quase dois anos. O casal, de 48 e 50 anos, veio para terras lusitanas em janeiro de 2021 e de cá nunca mais saiu. Ele é natural de Juiz de Fora e ela do Rio de Janeiro.
“Apesar dos familiares no Brasil e de uma carreira profissional sólida, vivíamos em cidades diferentes, o que deixava a vida sacrificada pelos deslocamentos constantes e pelo medo da violência no Rio, assim, procurávamos um lugar no qual poderíamos viver juntos, em segurança e com qualidade de vida”, explicam.
Nessa busca, o casal veio de férias a Portugal e acabou por se apaixonar pelas terras lusitanas. A viagem “abriu-lhes os olhos” .Nessa altura, começaram a procurar formas de mudarem de país.
“Neste processo, que começou aproximadamente um ano e meio antes da nossa chegada, soubemos da possibilidade de validar o nosso diploma e exercer a nossa profissão de dentistas aqui e, a partir disto, iniciamos todo esse processo”, contam.
Marcelo e Renata frequentam agora o segundo ciclo do mestrado integrado em Medicina Dentária da Universidade Católica de Viseu. Encontram-se no último ano do curso.
No Brasil ambos já trabalhavam na área. Renata, com 24 anos licenciatura, era docente do ensino superior na área de odontopediatria e ortodontia e trabalhava em consultório privado. Marcelo, com 25 anos de curso, estava num consultório privado na área de reabilitação Oral.
A mudança para Portugal, confessam, “foi muito complicada”. “O processo do visto no Brasil leva aproximadamente três meses, mas apesar de sermos casados, pelo facto de residirmos em cidades diferentes, separaram os nossos processos por Estado e, com isto, foi mais demorado que o normal”, revelam.
“Além disto, estávamos em plena pandemia da Covid-19, o que acabou por complicar tudo ainda mais. Resumindo, perdemos o primeiro semestre letivo do curso, já estando os dois sem vínculo de trabalho no Brasil. Além do desgaste emocional enorme, precisámos de nos reorganizar financeiramente também. Voámos no dia 27 de janeiro de 2021, no último voo vindo do Brasil antes do encerramento das fronteiras por causa da pandemia, mas chegamos, finalmente”, salientam.
O casal de dentistas brasileiro diz que foi “muito bem recebido” em Portugal e em Viseu. Já ouviram relatos de outros estrangeiros que passaram por situações menos boas, mas garantem nunca terem sido alvo de xenofobia.
“Graças a Deus fomos acolhidos por todos, sempre fomos respeitados e tratados com muito carinho”, frisam.
Renata e Marcelo confessam “amar” e estar “absolutamente encantados” com Portugal. Adoram a língua, a comida, as possibilidades de lazer e a diversidade cultural.
“Viseu, embora não fosse a nossa opção inicial, ainda estivemos a morar em Matosinhos, também ganhou um espaço no nosso coração por proporcionar uma vida calma e com uma qualidade incomparável”, referem.
Se não fosse a falta que Marcelo sente do mar, dizem que ficavam a viver em Viseu “para sempre”. “Até ao momento não há nada que nós não gostemos”, asseguram.
O casal não quer voltar ao Brasil. Veio com a intenção de assentar arraiais em solo lusitano.
“Se depois ficamos em Portugal ou noutro país europeu isso vai depender das oportunidades e propostas de trabalho. Estamos abertos a isto, embora haja uma torcida para que tudo corra bem por cá”, rematam.