Miauuu! Chamaram por mim? Sou a Bella, a gatinha mais fofinha, saltitante…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
O Natal é um momento de união, onde o amor se torna…
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
Esta é uma daquelas reportagens a que estamos bem habituados. Daquelas que nos arrastam para sítios improváveis. Desta vez, esbarrámos contra o Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens (CERVAS), em Gouveia. Olhando para trás, quase que poderíamos adivinhar o que estaria prestes a acontecer. Ao recuar umas breves semanas, há um momento que nos marca.
Ao acender as luzes de um dos estúdios do Jornal do Centro, avistámos um pequeno andorinhão preto – na altura, ainda sem espécie identificada – completamente estático junto a uma das mesas. Acabou por ser recolhido pelo Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR de Viseu e encaminhado para o CERVAS. E nós também seguimos caminho até lá. Neste momento, há 110 animais em recuperação para depois serem devolvidos à natureza.
É impossível não reparar no ambiente que rodeia as instalações do Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens. Até lá, apenas um troço de terra batida que nos sacudiu até estacionarmos à sombra da primeira árvore que nos recebe.
À nossa frente, uma patrulha da PSP a acabar de entregar mais um andorinhão preto. Chegou apenas com 17 gramas e esperam-lhe mais de três semanas de repouso. “É o número 99 ou o 100 deste ano. Está bastante debilitado, de olhos fechados, asas bastante descaídas. É um bicho crítico”, suspirou Ricardo Brandão, coordenador e veterinário do centro, enquanto voltava a pousar o andorinhão na bancada que envolve o consultório.
Nem sempre lá vão parar por mero acaso. Há animais a ser recolhidos pelas próprias autoridades e outros por quem os encontra. “O grupo que entra mais são os andorinhões. Há duas espécies comuns o pálido e o preto e esse grupo dos andorinhões é o mais frequente”, adiantou.
Coruja-das-torres, coruja-do-mato, bufo-real, mocho-galego, águia-d’asa-redonda, peneireiro-vulgar e milhafre-preto são algumas das espécies que chegam até Gouveia para recuperar. Depois, há também a possibilidade de se apadrinhar um animal. “As pessoas podem entrar no nosso site e escolher um animal que queiram apadrinhar. A gente tem uma proposta com as espécies mais comuns e que entram mais frequentemente e a pessoa escolhe, inscreve-se e há um apoio financeiro. Também há possibilidade de pessoas ou empresas apoiarem em géneros”, acrescenta.
A questão é: o que se deve fazer quando se encontra um animal? “São alimentados só com insetos, ou seja, esta é a comida ideal porque são aves insetívoras. De qualquer forma, dar outra coisa qualquer, ração, pão, milho, às vezes é o que acontece. É tudo muito pior do que não dar nada”, alertou o veterinário, adiantando que “a alimentação não é fácil porque eles têm que ser obrigados a comer, eles nunca comem sozinhos”.
Recuperação feita e chega a hora de regressarem à casa mãe. No caso dos andorinhões, em pleno momento da libertação, é necessário pegar-lhes pela cauda “para puder testar o vigor do batimento de asas e, de alguma forma, funciona também como treino”, assinalou, a demonstrar o movimento.
É uma espécie que governa a vida sempre em voo. “São aves de vida aérea, não pousam, não descansam de forma convencional, eles dormem em voo, alimentam-se em voo. Toda a sua vida é aérea”, remata o coordenador.
{#slide|11|slide#}