Feriado à vista e ainda sem planos? Temos a sugestão perfeita! Situado…
No coração de Viseu, a porta 55 da Praça D. Duarte abre-se…
Nasceu, em Cinfães, a Quinta da Maria, um projeto turístico com alma…
Desde ontem em Coimbra. Reconheço o cenário: o quarto estreito com cheiro a cal e a pó; os colegas nas suas mesmíssimas máscaras; o pessoal de casa repetindo-se nas mesmas piadas, tudo sem interesse, sem picante. Cada vez se me cava mais fundo o gosto da solidão, da contemplação, do meu mundo interior onde o sonho e a imaginação correm desenfreadas. Esforço-me por ser simpático, igual a todos ao nível dos problemazinhos. Mas em vão. A distância é incomensurável apesar da aparência.
Ontem vi o filme de Bertolucci, “La Luna”. Não importa aqui discuti-lo no âmbito de uma crítica de cinema. Mas as impressões são importantes: aquelas cenas de solidão e desespero, o amor e o ódio, a revolta, a ausência de sentido, a busca, a insatisfação, o encontro e o desencontro, são as marcas digitais que persistem dentro de nós.
Hoje, involuntariamente, abordei o aspeto moral do filme com uma colega. Interrogámo-nos sobre a bondade da solução tradicional para que o filme parece apontar.
De resto, dispenso a discussão. Não é decisiva, nem me dá prazer a maioria das vezes. Gosto de ver, de ver com os olhos do corpo e da alma, gosto de cheirar, gosto de sentir, gosto de tocar, sentir a textura dos corpos, gosto de pensar, de sonhar, gosto muito de sonhar. Dispenso discussões.
E as aulas? Mas a questão não se centra nas aulas. Eu vivo em função da poesia. A filosofia raras vezes me fascina. Compreendo que não é esta a função da filosofia. Mas o que quero significar é que um pequeno poema é frequentemente mais intenso que qualquer filosofia. Preferia caminhar devagar pelas estradas do mundo com um livro de poemas no bolso e os olhos azuis de tanto amor e alegria. Gostava de passar pelo vida como se esta fosse um quadro de Renoir e eu uma das figuras que o percorrem cheias de primavera e alegria.
19 Novembro 1980
Rompeu primaveril hoje o dia. Um dia cheio, redondo, líquido. Levantei-me cedo e com uma calma e franca disposição. Tomei banho, fiz o pequeno-almoço. Hoje não tenho aulas. Assim, daqui a pouco, saio e vou à Biblioteca Central ler a última revista Colóquio-Letras. Depois almoçarei e mais à tardinha irei ao meu primeiro treino de atletismo.
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