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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
Hoje o dia despertou sombrio e chuvoso. O inverno instala-se aos poucos como um veneno vagaroso. Eu há muito que desejava este tempo. Não suporto o calor excessivo. Oprime-me, cansa-me. Os dias de primavera e outono são-me os mais queridos. É quando a temperatura não se mostra agressiva nem no frio nem no calor e nos basta um breve passeio ou um leve casaco.
Que trabalho esta meia dúzia de linhas! Não tenho o poder evocativo dos velhos mestres. Quem me dera reter em poucas palavras o mundo. Que a palavra refulgisse como um espelho. Mais, que aprimorasse o pensamento muitas vezes tosco e bravio, que o fizesse brotar mais límpido e evidente. Mas esse milagre exige um trabalho de paciência sem limites, semelhante ao amadurecimento de um fruto. Se calhar, exige mesmo um dom.
Leio bastante, mas pouco escrevo. O diário é um bom instrumento de prática. Consta de breves apontamentos, mas que me treinam. Porque é usando a palavra, jogando-a, cuspindo-a, lambendo-a, que a fazemos entrar na nossa intimidade e a dominamos. Este caderno deverá tornar-se num pretexto de exercício quase diário.
Agora, vou ouvir um pouco de música. Da dita música clássica ou erudita.
21-Outubro-1980
Recebi uma carta da …, irmã da …. Escreve-me sobre a amizade, a nossa, da impressão de um certo afastamento entre nós, e de uma ideia menos positiva do meu último comportamento. Receia que eu tenha perdido a confiança em mim próprio ou talvez até o sentido da vida. A verdade é que deixei de crer na autenticidade das suas palavras. Suspeito de um fundo falso, talvez inconsciente, por detrás do que diz. Ah! esta desilusão que se nos entranha, esta angústia que se nos cava fundo e nos faz desesperar das pessoas, da vida, de nós próprios.
Sentei-me à beira-mar de mim mesmo,
Junto aos peixes doces e violentos
que renunciam à seiva azul do mar.
Tal como eu fervilham de outros sentimentos.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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