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Entram pouco as pessoas no diário. Trata-se de um reflexo egocêntrico? Sou eu que julgo que as pessoas são pouco interessantes? No entanto, sinto uma sede de pessoas verdadeiras. Mas até que ponto aceito eu a diferença, o outro? Decididamente, sou um solitário. Não por opção. Mas porque é difícil não qualificar a maioria dos meus conhecidos como superficiais, vocacionados sobretudo para a paródia, a anedota e coisas afins. Só uma jovem admiro. Gosta de poesia, tem uma conversa interessante, um gosto apurado. Há uma luz, uma febre que a iluminam ao ler poesia. Ela é encantadora, sensível. Namora com um meu conhecido. Ele é um tipo sociável, mas fechado à tentação poética ou a qualquer metafísica. E se a namora é pelo sexo, porque não assume qualquer outro tipo de compromisso, até porque a família não aprova esta relação, dado o estatuto social da jovem ser inferior à dele. Mas bem superior é ela espiritualmente a qualquer membro daquela família. E assim vai este mundo!
Acordo. Faço ginástica. Escrevo a amigos de Viseu. Preparo o almoço. Tomo café. Fumo um cigarro. Depois, já no quarto, leio um livro, da Wanda Ramos, “Percursos”, outra oferta da jovem do castelo de Mourão.
De repente, ficam-se-me os olhos embebidos em sonhos. Caminho da janela até à mesa-de-cabeceira e ao contrário. Ouço Leonard Cohen. Permaneço um instante à janela. E penso: que espero encontrar em África? Quero fugir de quê? Vivi lá e consumia-me no sonho de viver na Europa. Agora acaricio a ideia do regresso. Mas regresso a quê? Terei de ir tão longe para encontrar um sentido para a vida? Gostaria de encontrar um lugar para o meu amor. Um sítio novo, virgem, para se iniciar a peregrinação. Mas, penso, o problema não são os lugares, mas o modo como estamos e somos nesses lugares. Lembro-me de a Fátima um dia se referir à serra da Lousã. Tenho que lhe perguntar a razão dessa referência. Já lá teria ido? Mas quando? Durante o seu período escolar? Mas uma visita de estudo à serra da Lousã a que propósito?
Continuo com Leonard Cohen. Este é o homem, este o poeta-cantor que mais me sensibiliza no momento. Escreve e canta o que me interessa.
E a mim interessam-me o sonho, a poesia, a serenidade, a contemplação, o amor, a fé, a amizade, a música, a leitura, o belo, a arte, o conhecimento, a sabedoria, o desporto, o vinho, a saúde, a paz, a natureza.
Recebi hoje uma longa carta da Fátima. Vive na saudade.
por
Jorge Marques
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Eduardo Mendes, coordenador de Ortopedia no Hospital CUF Viseu
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Laura Isabel B. Nunes