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A equipa de futebol de praia da Casa do Benfica de Viseu vai jogar o Campeonato Nacional a partir de maio e na mira está chegar ao Campeonato de Elite para a próxima época. É desta forma que o capitão de equipa, Nuno Cruz, projeta os próximos tempos do clube. “Qualquer jogador gosta de jogar ao mais alto nível. Acima do Campeonato Nacional, só a Elite. Ainda estamos a trabalhar neste objetivo, mas queremos ficar no apuramento para a fase de campeão, para tentarmos disputar a Elite no ano que vem”, começa por dizer ao Jornal do Centro.
Trazer a emoção do futebol jogado na areia para o interior do país foi algo que Nuno pensou enquanto também praticava a modalidade na Suíça, país também afastado do mar. “Joguei futebol de praia na Suíça, curiosamente um país que não tem praia, mas tem um campeonato muito interessante. Joguei lá junto com um colega que é ali da zona de Tondela, que agora faz parte do nosso plantel e virá da Suíça de propósito para fazer o campeonato nacional connosco”, desvenda.
“A ideia de jogar futebol de praia em Viseu surgiu numa brincadeira. Falei com o presidente da Casa, que se mostrou bastante interessado porque havia infraestruturas, mas nunca houve uma equipa. Decidimos avançar com o projeto e aqui estamos nós”, explica.
Captação de jogadores começou nas redes sociais e no passa a palavra
É de tal forma curioso que, a juntar-se à Casa do Benfica de Viseu, estão apenas mais dois ou três clubes onde se pratica futebol de praia no interior português, calcula o capitão da equipa. Na região, confessa, há apenas um clube. “No nosso distrito somos a única equipa de futebol de praia e esse é um dos nosos grandes objetivos: impulsionar no distrito o futebol de praia. Não estamos numa cidade de praia, nem perto. Aveiro está há 40 minutos de caminho. Mas temos condições e infraestruturas e os nossos objetivos também vão aumentar para trazermos a Viseu as melhores equipas e os melhores jogadores”, afirma.
O projeto é recente e, tal como a ideia inicial, a captação de novos talentos foi surgindo aos poucos e o plantel construído paulatinamente. “No início a captação foi feita através das redes sociais, começámos a falar que íamos criar a modalidade. Fizemos alguns jogos particulares e com este avanço progressivo, surge o interesse dos jogadores e também há o passa a palavra. Começámos a criar uma equipa bastante interessante. Trouxemos um jogador que foi internacional, o Nathaniel e isso traz-nos visibilidade e chama outros jogadores” , concretiza.
Sonho de chegar à Elite vivido por jogadores e treinador
A bola começa a rolar nos areais a 20 de maio, naquela que será a primeira jornada do Campeonato Nacional. 16 equipas dividem-se em duas séries: Norte e Sul. Ao que tudo indica, a Casa do Benfica ficará a Norte e terá 14 jornadas pela frente: sete jogos em casa, sete fora. Os dois primeiros classificados seguem para o apuramento de campeão. Apenas duas vão subir à Elite: o campeão e o vice-campeão. E é nesta Elite que o plantel da Casa do Benfica de Viseu sonha estar na próxima temporada.
E não é apenas entre os jogadores que esse sonho se nota. O treinador, Diogo Rodrigues, fala numa “equipa muito empenhada” que trabalha “para fazer o melhor a cada jogo”. “Projetamos sempre o melhor. Tentar atingir a fase de apuramento. Depois, daí, é o que vier, sabendo que as outras equipas têm sempre muito bons jogadores, muitos deles internacionais. 90% dos nossos jogadores são prata da casa, há um ou dois jogadores que vêm de fora. É sempre mais difícil competir assim. A primeira época trabalhámos bem, os resultados não foram os que esperámos. Esta época já foi muito melhor do que achávamos e estamos na luta do Campeonato Nacional”, detalha.
Sobre o jogo, confessa, há diferenças substanciais entre correr e chutar uma bola na areia ou num pavilhão ou relvado. “Falamos de uma modalidade em que um jogador passa quatro minutos no máximo dentro de campo porque tem de sair para recuperar. É uma intensidade muito grande. Tanto está a defender como muito rápido está a atacar. Correr na areia não é o mesmo que correr na relva ou no pavilhão. Requer uma preparação muito diferente que as outras não têm. Futebol e futsal também requerem preparação, mas o futebol de praia é exigente, sim”, avança.
A passagem pela Liga Espanhola “foi algo inesquecível”, confessa jogador do clube
O trajeto da modalidade no clube é trilhado há três anos. Na época passada houve um jogador chamado para jogar a Liga Espanhola de futebol de praia. Vasco Saraiva alinhou no campeonato de ‘nuestros hermanos’.
“Em Maio de 2022 fomos disputar um torneio Internacional em Alicante, Espanha, felizmente as coisas correram bem a nível pessoal, humildemente falando, e tive a sorte de ter tido um contacto de dois olheiros da equipa dos Alcázeres, de Múrcia, que me perguntaram se estaria interessado em jogar a Liga Espanhola, assim do nada! No início fiquei, “Quem? Eu?”, sorriram e “Sim, És o Vasco, não és?” (risos), pessoas pelas quais estarei eternamente grato pela abertura de portas do estrangeiro, Jorge e Lázaro”, começa por contar. “Foi algo inesquecível e que nunca acreditei que fosse possível”, confessa, recordando ter conseguido defrontar nomes como Oba, Rodrigo Souto ou Catarino.
Ao Jornal do Centro, Vasco Saraiva adianta que há conversações “sobre a possibilidade de voltar a estar presente na Liga Espanhola”, mas, até ao momento, assume, nada está certo. “Vamos aguardar”, afirma.
O jogador explica que o futebol de praia sempre o fascinou. “Desde pequenino que ia ver os mundialitos de Futebol de Praia a Portimão e à Figueira da Foz com o meu pai, acompanhando assim o desenvolvimento da modalidade e criando alguns ídolos de infância com quem tive a felicidade de, inesperadamente, partilhar areia: Tendo no Madjer a maior referência, que curiosamente partilha o meu apelido (risos), Alan, Belchior, Hernâni, Nathan com quem partilhei balneário, são alguns desses nomes fortes que com carinho recordo”, indica.
Apesar de reconhecer que jogar futebol na areia “a nível físico é extremamente exigente, destacando a nível muscular” já que “a pisada na areia exige mais do que em pisos duros, como se consegue perceber numa simples caminhada na praia”, Vasco Saraiva não tem dúvidas de que o futebol de praia “é um desporto bem mais espetacular, com mais golos e inerente emoção relativamente ao Futebol de 11, obviamente não descorando este último”.
Atleta reconhecido na Gala de Natal do Clube diz que conquista foi “individual pelo esforço coletivo”
Também José Madeira alinha na equipa e, na Gala de Natal da Casa do Benfica de Viseu, recebeu o galardão de atleta do ano. “Tudo começou numa conversa banal entre amigos. Um deles já jogava. Decidi aceitar o desafio. Na época passada estreei-me e tão cedo não irei abandonar a modalidade”, prevê. Quando recebeu o galardão, disse ter sentido “orgulho na conquista”. “É individual pelo esforço coletivo. A equipa permitiu que me sentisse mais confortável para jogar o meu melhor futebol de praia”, recordou.
Na época passada, a Casa do Benfica de Viseu alinhou numa prova europeia que pode ser equiparado à Liga Europa do futebol. “Temos um balneário fantástico. Arrisco-me a dizer que é dos melhores balneários que tive. Vivemos um ambiente saudável, de constante evolução, de vontade de conquistar novas coisas. Termos este pensamento leva-nos a ser a equipa mais jovem a competir no campeonato nacional e leva-nos a ambicionar torneios internacionais. O mais recente foi em Múrcia. A equipa foi reconhecida lá. Defrontámos equipas da Primeira Divisão espanhola e conseguimos bater-nos, disputar o jogo. O desafio europeu permite-nos contactar com as melhores equipas do mundo”, sublinha.
Presidente do clube e da Associação de Futebol de Viseu aplaudem trajeto feito
O presidente do clube, Fernando Albuquerque é um homem orgulhoso dos resultados da modalidade. “Independentemente dos resultados desportivos, só o facto de se constituir uma equipa de futebol de praia e de nos representarem nesta modalidade é motivo de orgulho para mim enquanto presidente, para o clube, mas também para esta região do interior”, reconhece.
A equipa inscreveu na época 2020/2021, 20 jogadores. E houve mais um inscrito na temporada seguinte. José Carlos Lopes, presidente da Associação de Futebol de Viseu aplaude o que foi feito até aqui pelo futebol de praia da Casa do Benfica de Viseu. “Nos últimos dois anos, a Casa do Benfica de Viseu tem representado o distrito e a Associação. Isso orgulha-nos profundamente. Sendo do interior, longe da praia, é sempre mais difícil ter praticantes nessa modalidade, mas a Casa do Benfica tem-se empenhado e tem feito bons campeonatos. Agora, com mais experiência penso que vão preparar-se para honrar o nome da região de Viseu”, vinca. O líder maior do futebol distrital, confessa que “gostaríamos que a nível autárquico se olhasse mais para o futebol de praia”.